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Corpo de 6ª vítima de explosão em navio no ES é achado

O corpo de um dos quatro funcionários desaparecidos após a explosão no navio-plataforma FPSO Cidade de São Mateus foi localizado, segundo informou nesta terça-feira (17) a BW Offshore, operadora da embarcação. A empresa disse ainda que a equipe está providenciando o resgate e transporte do corpo da vítima até Vitória. BW Offshore disse por telefone que uma nota oficial deve ser enviada no decorrer do dia.

O navio-plataforma FPSO Cidade de São Mateus é operado pela BW Offshore e afretado pela Petrobras. Segundo a ANP, 74 pessoas estavam no navio-plataforma no momento do acidente, na última quarta-feira (11). Cinco pessoas  haviam sido encontradas mortas até esta segunda-feira (16), 26 ficaram feridas e foram levadas para hospitais da região. Um vídeo mostra o interior do navio após a explosão.

A BW Offshore informou nesta terça-feira que cinco pessoas permanecem internadas recebendo atendimento médico em hospitais da Grande Vitória. Disse também que 28 integrantes da tripulação foram liberados para suas casas após o devido acompanhamento médico em um hotel em Vitória.
A empresa disse que o objetivo principal da BW Offshore neste momento é encontrar os desaparecidos. A empresa frisou que todo trabalho que envolve a busca dos desaparecidos na plataforma é meticuloso, e realizado dentro de estritas normas de segurança.

Segundo a BW Offshore, o FPSO Cidade de São Mateus está estável e sem entrada de água do mar. O casco do navio permanece íntegro. Para garantir a estabilidade do navio, a empresa iniciou um processo de mergulho para instalação de tampas nas caixas de mar.

Sindicato
O Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro-ES) confirmou a localização do corpo do sexto trabalhador e disse que ainda não foi identificado. A categoria informou que o corpo estava na sala de máquinas intacto e com máscara balaclava, equipamento de proteção individual para proteger do calor, o que pode indicar que era integrante da brigada. O corpo será removido para perícia em Vitória.

O Sindipetro- ES disse que cobra do comando da empresa mais agilidade no resgate dos desaparecidos.

Irregularidade
A BW Offshore, é suspeita de atuar no Espírito Santo de maneira irregular. Ela vai dar explicações sobre a situação da empresa ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado (Crea-ES) às 10h de quinta-feira (19), na sede do órgão, em Vitória.

A empresa não tem o devido registro junto ao conselho, segundo o Crea. Essa documentação é necessária para que companhias de outros estados ou países trabalhem legalmente no Espírito Santo. Além disso, desde que o Crea passou a receber a relação de empresas contratadas pela Petrobras, há quatro anos, a BW não aparece na lista. A firma norueguesa, com sede brasileira no Rio de Janeiro, opera no Espírito Santo desde 2009.

O diretor de fiscalização do Crea-ES, José Adilson de Oliveira, confirmou a reunião de quinta-feira e contou que ela foi solicitada pela BW. A companhia também confirmou a agenda, mas não explicou o porquê da ausência de registros.

Multa
Segundo Oliveira, o regramento do conselho prevê multa máxima de R$ 5.366,16 para as empresas que atuam sem registro. No entanto, conselheiros entendem que, pelas proporções do acidente, o cálculo da punição deve ser refeito. “Será feita uma reunião mais ampla do conselho para apurarmos os fatos e valores. Ainda não sabemos muita coisa, como a quantidade precisa de funcionários que estavam trabalhando”, frisou o presidente do Crea, Helder Carnielli.

Indiano
O corpo do engenheiro indiano Edward Fernandes, 58 anos, um dos cinco mortos na explosão do navio-plataforma FPSO Cidade de São Mateus, foi liberado por volta do meio-dia de desta segunda-feira, do Departamento Médico Legal (DML) de Vitória, segundo a Polícia Civil. Edward Fernandes era a única vítima estrangeira.

O filho do estrangeiro viajou da Índia ao Espírito Santo para providenciar o reconhecimento do corpo e os trâmites necessários para que o caixão possa ser despachado para a Ásia. Edward era de Goa, um pequeno Estado localizado na costa oeste da Índia. A região foi colônia de Portugal por cerca de 450 anos. Por essa razão, a Língua Portuguesa e sobrenomes comuns no Brasil também são frequentes por lá.

O corpo permanecerá numa funerária até que o consulado indiano no Brasil e a Polícia Federal o liberem. Por conta do feriado, estima-se que o procedimento demore entre cinco e dez dias para ser realizado. Nesta terça-feira (17), o filho de Edward e representantes da empresa operadora do navio irão a Aracruz obter um documento que só pode ser emitido em cartório da jurisdição onde ocorreu a morte.

A plataforma que explodiu está ancorada na costa da cidade, a 120 km de Vitória.
Dos cinco mortos na explosão, apenas o mecânico Heleno da Silva Castelo foi sepultado no estado. Os demais eram de Mossoró, Nova Friburgo e Fortaleza, e foram enterrados em suas respectivas cidades.

Polícia Federal
Um inquérito foi instaurado pela Polícia Federal para apurar os fatos que envolvem a explosão. Conforme divulgado pela PF na sexta-feira (13), o prazo inicial para a conclusão do inquérito é de 30 dias. Serão investigados os crimes de homicídio ou incêndio qualificado. Três dias após o acidente, quatro pessoas continuam desaparecidas. A assessoria da Polícia Federal também informou que uma equipe fará uma inspeção no navio-plataforma assim que as buscas terminarem e a embarcação for liberada.

Fonte: G1

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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