Jurídico

Coronel Soares recebeu promoção e foi chantageado para gravar Perri

O tenente-coronel José Henrique Costa Soares, que atuava como escrivão do Inquérito Policial Militar (IMP) que apurava os grampos telefônicos ilegais no Estado, contou como foi procurado pelo Major PM Michel Ferronato, assessor da Secretaria Adjunta de Inteligência e responsável pela Escola Superior de Inteligência de Mato Grosso (Esimat), para repassar informações sigilosas e provas que pudessem comprometer o desembargador Orlando Perri.

Em troca das informações, Soares seria promovido a coronel. Ferronato designado pelo Coronel Lesco, passou a seguir Soares e em um dia o abordou em uma Peixaria na cidade e o convidado para uma caminhada no Parque Mãe Bonifácia.

Em seu depoimento, Soares deixa claro que sabia que o Major o teria abordado a mando do Secretário Rogers Elizandro Jarbas. Para o desembargador não seria de outra forma, já que segundo ele “não funciona assim nas organizações criminosas, onde o peão, nunca viu sequer a silhueta do rei ou da rainha”, definiu.

“Com certeza, ficou evidente que ele estava ali como mediador, até para proteger a figura do Secretário de Segurança, porque era a forma de fazer uma blindagem, para que ele não aparecesse. Então, todas as vezes que ele falava comigo dava a entender, levava a crer que ele estava falando em nome do Secretário de Segurança”, narrou Soares.

Para o desembargador está claro a utilização do Major Ferronato para tratar de interesses do secretário Rogers Jarbas. No caso, utilizando da promoção de Coronel para fazê-lo. “Jamais poderia ser garantida pelo Ferronato, vez que este é assessor ROGERS, não detendo de nenhum poder nessa escolha, mesmo porque se trata de um MAJOR, patente inferior à do denunciante”.

Perri afirma que o Tenente foi procurado por duas forças: a de coação e o da corrupção, uma representando a violência e a outra a recompensa. “A sagacidade do grupo prova também a periculosidade dele, pela capacidade de aliciamento de pessoas, máxime quando, pelas posições ocupadas em postos-chaves da segurança pública, trabalham com informações privilegiadas”, avaliou.

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Redação

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