O ex-chefe da Casa Militar, coronel Evandro Lesco, confirmou a sua participação no esquema dos grampos ilegais investigado pela Polícia Civil. Ele foi ouvido na tarde desta terça-feira (10) pelos delegados Ana Cristina Feldner e Flávio Stringueta, responsáveis pelo inquérito que tramita no Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
O militar e sua esposa, Helen Cristy Lesco, foram ouvidos após terem pedido um novo interrogatório. Eles já haviam prestado depoimento, no entanto, permaneceram em silêncio alegando que só falariam em juízo.
Segundo a defesa feita pelo advogado Stalin Paniago, neste depoimento o coronel confirmou ter participado do esquema. “Evandro Lesco apenas assumiu a responsabilidade sobre aquilo que ele tem conhecimento e envolvimento”, disse em entrevista ao site RD News.
O ex-chefe da Casa Civil e a mulher foram presos no dia 27 de setembro em decorrência da Operação Esdras, relacionada ao esquema das escutas telefônicas clandestinas. Ele já cumpria prisão domiciliar quando recebeu o segundo mandado de prisão preventiva.
De acordo com as investigações que gerou a primeira prisão, ele teria comprado à vista dois equipamentos que podem ser usados para interceptações telefônicas, em maio de 2015, no valor de R$ 24 mil.
Operação Esdras
A Operação Esdras, deflagrada no dia 27 de setembro pela Polícia Civil, tinha o objetivo de desarticular um grupo acusado de montar uma estratégia para atrapalhar as investigações relacionadas aos esquema de grampos ilegais no Estado e obter informações que pudessem comprometer o relator do processo no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, desembargador Orlando Perri, para afastá-lo do caso.
Os mandados foram autorizados pelo desembargador Orlando Perri, a pedido da delegada responsável pelo inquérito, Ana Cristina Feldner, da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO).
Foram presos ex-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, o secretário de Justiça e Direitos Humanos, coronel Airton Siqueira, secretário de Segurança afastado, Rogers Jarbas, e o ex-secretário da Casa Militar, Evandro Lesco.
Outros dois militares também alvos do mandado de prisão preventiva, o sargento João Ricardo Soler e major Michel Ferronato, a mulher de Lesco, Helen Christy Carvalho Dias Lesco, e o empresário José Marilson da Silva, ex-dono da empresa Simples IP que fornecia sistema de segurança sentinela ao Governo.
Ao todo foram oito mandados de prisão, uma condução coercitiva, uma fixação de medidas restritivas e 16 de busca e apreensão.
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