Para Seul, o documento, assinado após o fim da Guerra da Coreia (1950-53), não pode ser anulado de forma unilateral.
Em comunicado, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Cho Tai-young, pediu que o vizinho comunista retire sua ameaças de acabar com o armistício. Ele também anunciou que o governo fará consultas sobre o tema aos Estados Unidos e a China, que também fazem parte do acordo.
A declaração é uma resposta ao anúncio do fim da trégua pelo regime comunista, em artigo publicado pelo jornal "Rodong Sinmun" na segunda (11). O texto confirma a ameaça feita na quinta (7) pelos norte-coreanos, em resposta a sanções da ONU contra um teste nuclear realizado em fevereiro.
Além da ameaça de ataque, a Coreia do Norte não atendeu uma das chamada linha vermelha, telefone criado para que os governos do país e da Coreia do Sul se comuniquem em casos de crise. As chamadas rejeitadas foram feitas pelo telefone da Cruz Vermelha.
EXERCÍCIOS MILITARES
A ameaça do fim do armistício acontece em meio a mais uma rodada de exercícios militares anuais entre Estados Unidos e Coreia do Sul. Cerca de 10 mil soldados sul-coreanos e 3.000 americanos participam das atividades.
O regime de Pyongyang qualificou as operações como "ameaça de guerra" e enviou uma série de tropas para as regiões de fronteira, que incluem efetivos terrestres, marítimos e aéreos. Apesar da movimentação, o comando militar da Coreia do Sul considera que a ação do país comunista não representa uma ameaça.
Os exercícios militares são uma rotina entre Washington e Seul, devido a acordos militares assinados após o fim da Guerra da Coreia. Devido a isso, os Estados Unidos mantêm uma base militar em território sul-coreano que, nos últimos anos, abriga 28.500 soldados.
O aumento da tensão acontece dias após as sanções provocadas pelo teste nuclear de 12 de fevereiro. A resolução, feita por Estados Unidos e China, prevê restrições a três indivíduos, uma empresa e uma organização.
Dentre eles, estão o principal fornecedor de armas e o maior exportador de materiais para mísseis, além do órgão responsável pela produção do armamento. O texto ainda pede que a Coreia do Norte cumpra com o Tratado de Não Proliferação Nuclear, que não foi assinado pelo país.
Apesar do aumento da retórica de Pyongyang, os Estados Unidos e a Coreia do Sul acreditam que o país comunista ainda não tem tecnologia suficiente para fazer um míssil que possa chegar a território americano. No entanto, há a crença de que os norte-coreanos têm combustível suficiente para bombas nucleares.
Fonte: FOLHA.COM | AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS