Internacional

Coreia do Norte volta a ameaçar EUA com ataque nuclear preventivo

A mensagem foi enviada em meio às discussões no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) para aumentar as sanções ao regime comunista.

O anúncio é mais uma tentativa de intimidação aos americanos e aos vizinhos da Coreia do Sul contra as restrições impostas pelas potências ao país após a realização de um teste nuclear em fevereiro e o lançamento de um foguete espacial em dezembro.

Os dois exercícios militares norte-coreanos violam resoluções da ONU, que ameaçam com sanções o país se tenta usar a tecnologia de mísseis balísticos ou fazer qualquer tipo de atividade nuclear com fins militares. Pyongyang também ameaçou acabar com o armistício assinado após a Guerra da Coreia, em 1953.

Em comunicado publicado pela agência de notícias KCNA, o regime comunista acusa os Estados Unidos de usar os exercícios militares com a Coreia do Sul como "uma plataforma de lançamento para uma guerra nuclear" e ameaçou acabar o armistício que encerrou o conflito entre as duas Coreias, há 60 anos.

"Uma vez que os Estados Unidos estão prestes a acender uma guerra nuclear, estaremos exercendo nosso direito de ataque nuclear preventivo contra a sede do agressor a fim de proteger o nosso interesse supremo", disse a Chancelaria do regime, na nota.

O governo norte-coreano ainda exige que o Conselho de Segurança da ONU não aprove novas sanções e que os americanos retirem os cerca de 28.500 soldados que estão na península Coreana para terminar o que chama de "estado de guerra" na região.

Apesar do aumento da retórica de Pyongyang, os Estados Unidos e a Coreia do Sul acreditam que o país comunista ainda não tem tecnologia suficiente para fazer um míssil que possa chegar a território americano. No entanto, há a crença de que os norte-coreanos têm combustível suficiente para bombas nucleares.

RESOLUÇÃO

A nova ameaça vem horas antes de o Conselho de Segurança votar a nova resolução contra a Coreia do Norte. O embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin, disse que a medida deverá ser votada na manhã desta quinta.

O rascunho de resolução a ser avaliado foi feito pelos Estados Unidos e a China e prevê sanções a três indivíduos , uma empresa e uma organização. Dentre eles, estão o principal fornecedor de armas e o maior exportador de materiais para mísseis, além do órgão responsável pela produção do armamento.

Além das sanções aos setores militares, a resolução ainda deverá proibir a importação de artigos de luxo, como carros, iates, joias, pedras e metais preciosos, itens aos quais apenas a cúpula do Partido Comunista tem acesso.

O texto ainda pede que a Coreia do Norte abra mão do enriquecimento de urânio e dos testes nucleares e que cumpra com o Tratado de Não Proliferação Nuclear, que não foi assinado pelo país. O Conselho de Segurança ainda pedirá que sejam retomadas as negociações para suspender o programa nuclear.

Nesta quinta, dezenas de milhares de norte-coreanos protestaram em Pyongyang contra as sanções e as atividades militares americanas. Não há informações se o ato foi convocado pelo regime do ditador Kim Jong-un.

Fonte: FOLHA.COM | AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Redação

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