O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira, 2, que a imprensa brasileira questionaria a eficácia do governo e defenderia a privatização do setor hoteleiro de Belém (PA) caso os hotéis da cidade fossem públicos, e não privados. O petista garantiu que a COP30 será realizado na capital paraense e reclamou do “preconceito” interno e externo, mas disse que isso está “vencido”.
“Se os hotéis fossem estatais, imaginemos que os hotéis fossem do governo federal. A gente ia sofrer pressão e ia deixar o preço bem baixinho. A imprensa que está dizendo hoje que os hotéis são caros, ia dizer que o governo não sabe administrar, que ele está tendo prejuízo e que era preciso privatizar os hotéis porque a indústria privada sabe administrar mais que o governo”, disse o presidente.
Lula relacionou a COP30 com a Copa do Mundo de 2014 onde, segundo ele, o Brasil viveu a “maior campanha de preconceito”. O presidente reclamou de reportagens que apontavam o mau uso de dinheiro público na construção dos estádios do torneio e dos xingamentos sofridos pela então presidente, Dilma Rousseff (PT), na abertura da competição.
O presidente declarou também que os governos federal e estadual vão garantir a estadia de países africanos na conferência internacional, além de dois navios que vão servir de instalações para os participantes da COP30, em alternativa aos hotéis. Reclamando sobre os questionamentos da mudança de sede por representantes estrangeiros, Lula disse que “o Brasil não deve nada a nenhum País e é soberano na tomada das suas decisões”.
Lula participou da inauguração do Parque Linear da Nova Doca, uma das obras de revitalização de Belém visando a realização da COP que foram financiados com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).