O coordenador do projeto social voltado para crianças e adolescentes, Grupo de Apoio Cívico Presidente Dutra (GACPP), em Vila Rica (1.259 km a Nordeste) foi preso em uma operação da Polícia Judiciária Civil com apoio do Conselho Tutelar, realizada na terça-feira (15). Em cumprimento de mandado de busca e apreensão domiciliar no escritório de W.P.R.S., 34, foram encontrados computadores com material de pornografia infantil, além de outros indícios da prática criminosa.
As investigações contra o suspeito iniciaram após denúncias de que o coordenador do projeto social estava aliciando uma adolescente, de 13 anos. Durante apuração da informação, os policiais descobriram que o investigado trocava mensagens de conteúdo pornográfico com a menor, pedindo fotografias dela nua e chamando-a de “vadia”.
O projeto social coordenado pelo suspeito visava passar instruções de natureza pré-militar e educação cívica às crianças e adolescentes de idades diversas. O coordenador se intitulava como “Coronel” e as crianças e adolescentes que participavam do projeto o conheciam como “Comando” ou “Comandante”.
Com base nas investigações, o delegado Gutemberg de Lucena Almeida, representou pelo mandado de busca e apreensão domiciliar contra o suspeito, decretado pela Justiça e cumprido pela equipe da Delegacia de Vila Rica, na terça-feira (15).
Nas buscas no escritório do investigado, foram apreendidos aparelhos celulares, computador e um notebook, sendo identificados arquivos de conteúdo pornográfico, como vídeos de sexo com crianças e adolescentes, possivelmente recebidos ou baixados da internet.
No celular do suspeito, foram identificadas várias mensagens de garotas inscritas no projeto, com idades entre 12 e 18 anos. Algumas conversas tinham conteúdo pornográfico, em que o coordenador propunha sexo às adolescentes. Ainda durante as buscas no escritório, foram apreendidas uma munição calibre 38 e uma capsula de munição deflagrada.
Após o trabalho de busca e apreensão, os policiais apuraram que depois de descobrir que era investigado, o suspeito induziu adolescentes participantes do projeto a mentirem versões e até assumir a autoria do material pornográfico que foi encontrado em seu escritório, além de ter apagado várias mensagens, fotografias e vídeos de conteúdo impróprio.
“Ao suspeitar que seria denunciado, ele começou a forjar provas e fez um trabalho psicológico nos alunos, demonstrando que seria vítima de uma “injustiça”. É incrível a forte influência que o acusado e alguns de seus familiares exercem sobre as crianças e adolescentes, que não se conformavam com a prisão e a ação policial”, destacou Gutemberg.
O suspeito foi autuado em flagrante pela prática dos crimes de armazenar material pornográfico de criança e adolescente, previsto no Estatuto da Criança e do adolescente (ECA), fraude processual e posse ilegal de munições. O delegado Gutemberg de Lucena Almeida representou pela decretação da prisão temporária do autuado para apurar possível prática de crimes mais graves como estupro de vulnerável.
“A ideia do projeto desenvolvido é boa e muito útil, sempre sendo bem-vista pela sociedade, porém não podemos permitir que a pessoa que coordena a atividade tenha personalidade voltada para luxúria e volúpia, especialmente por trabalhar diretamente com crianças e adolescentes. É um fato lamentável, grave e de grande repercussão na cidade, pois envolve famílias e há fundada suspeita da prática de atos libidinosos com algumas adolescentes”, finalizou o delegado.
As autoridades locais, Poder Judiciário, Ministério Público, forças policiais e parceiros como Conselho Tutelar e CONSEG estão analisando e reformulando o projeto para manter essas crianças e adolescentes assistidos em atividades.