Foto: Willian Matos
Com Jefferson Oliveira
Desde o início da tarde desta quarta-feira (15), trabalhadores de diversas categorias sindicais, integrantes de movimentos sociais e estudantes realizaram um ato pelo Dia Nacional de Luta Contra as Reformas da Previdência e Trabalhista. Na Capital, de acordo com organizadores do ato, cerca de 5 mil pessoas se reuniram na Praça Ipiranga, no Centro. Em meio a manifestação, o grito de ordem foi “Previdência ou morte”.
O coordenador da Central dos Sindicatos Brasileiros de Cuiabá (CSB), Wagner Oliveira, disse que há um equívoco na reforma da previdência.
“A gente tem o direito sequer a dignidade de uma aposentaria decente que possam comprar os seus remédios. Senhores, querem acabar com a aposentadoria dos trabalhadores rurais, isso é um absurdo, é uma crueldade, uma maldade com os trabalhadores do campo que produzem 70% dos alimentos que vem a nossa mesa!”, declarou Wagner aos manifestantes.
Segundo os organizadores do evento cerca de 30 categorias de trabalhadores estiveram reunidas na Capital mato-grossense. No interior as cidades de Rondonópolis, Tangará da Serra, Cáceres e Juína também registraram manifestações de trabalhadores.
Wagner também defendeu outras categorias trabalhistas e chamou os comerciantes da região central para aderir ao movimento.
“É um absurdo o que eles querem fazer com os professores da educação básica, extinguindo as suas aposentadorias especiais. É um absurdo o que querem fazer com todas as forças policiais deste país, eu não consigo imaginar uma policial atuando na fronteira do país combatendo os narcotraficantes com 70 anos de idade”, declarou.
Caso as reivindicações não sejam atendidas, as classes trabalhadoras de cada estado irão se reunir e pretendem realizar um ato em Brasília-DF com aproximadamente 100 mil trabalhadores do Brasil inteiro.
Em meio a manifestação, o deputado estadual Allan Kardec (PT) explica que o País parou para se manifestar contra a PEC da Previdência.
“É uma reforma que de reforma não tem nada. [O Governo Federal] quer mais é achatar o direito do trabalhador, fazer com que o trabalhador contribua 49 anos com a Previdência e tenha um salário no final da sua vida. O Governo não vai conseguir passar isso, pois todas as Centrais Sindicais estão unidas. Não tem questão partidária, é questão de luta pelo trabalhador”, declarou Allan.
Segundo o professor João Carlos Mariano, o Congresso Nacional não teria legitimidade para realizar a reforma previdenciária. “Estão rasgando a nossa carta política. Somente com a união da classe trabalhadora vamos reverter essa situação desse governo”, afirmou.
Junto ao Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), a professora da rede pública, Jocilene, disse que o momento é de aumentar a pressão por meio da educação e de outras categorias.
“Querem jogar políticas públicas para acelerar a privatização da saúde. Querem privatizar o ensino médio e profissionalizante. Está na hora de ampliarmos essa pressão. Não vamos permitir essa reforma que quer aumentar em 15 anos o trabalho dos profissionais de educação, não podemos abrir mão de estar nas ruas”, afirmou a educadora.
Membro da Força Sindical de Mato Grosso, Manoel Silva, também se pronunciou na manifestação contra o governo de Michel Temer. “Temos um governo golpista que não reajusta o salário dos trabalhadores por dois anos e trava os benefícios dos servidores que tem direito”, criticou.
Médico diz que as pessoas gostam de ser ludibriadas
O médico aposentado José Cabral Lopes também se manifestou contrário a reforma previdenciária, no entanto lamentou revoltado a atual situação do país em relação aos seus últimos gestores. “Estou aqui defendendo o direito do trabalhador, dos jovens, o direito que eu tive. Mas é impressionante como as pessoas gostam de serem ludibriadas”, afirmou o Lopes.
Leia mais:
Professores de MT aderem a movimento e paralisam aulas na próxima quarta
Confira Fotos e Vídeos: