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Consumidores buscam opções mais baratas para a Páscoa

As gôndolas dos supermercados já estão cheias de ovos, mas ainda vazias de consumidores. Se para alguns a data é um feriado qualquer ou a ressurreição de Jesus, para as crianças é época de chocolate. Pais e avós, na intenção de agradar aos pequenos, mas gastar pouco durante este período de instabilidade econômica,  avaliam se vale a pena manter o costume dos ovos de Páscoa.

Este ano, o produto chega aos supermercados com uma alta entre 7% e 15%, já que, por conta do aumento do dólar e da crise econômica no Brasil, as matérias primas para a produção de chocolate, como cacau e açúcar, ficaram mais caras. 

Maria Martins, mãe de dois filhos, procura opções alternativas para a Páscoa deste ano. “Está muito caro. Estou pensando em fazer caseiro, já até pesquisei umas receitas na internet. Sai mais em conta”, avalia. Funcionária de um supermercado, ela explica que já fez uma breve pesquisa de preço. “Subiu muito do ano passado pra cá. O ovo que custava R$ 25, hoje está R$ 40”. 

Sueli Ramos não abandonará os ovos industrializados, mas conta sem muito ânimo. “Vou comprar o menor que tiver, porque está caro, caríssimo”.

Uma das opções alternativas é a barra de chocolate. A explicação para a desigualdade de preço entre os ovos de Páscoa e o chocolate em barra é seu valor agregado, na embalagem e nos brindes, mas, ainda assim, a troca pode resultar em uma economia considerável. A diferença entre uma barra de chocolate e um ovo Crunch da marca Nestlé é de 169%, e a do Diamante Negro, da Lacta, é de 210%. 

Para os veganos ou alérgicos a glúten, há em Cuiabá algumas opções da marca Olvebra, que custam em média R$ 45, 200g. A diferença entre a barra e o ovo da Páscoa desta marca é de 42%, ou seja, uma discrepância menor que entre os ovos mais populares e voltados para o público infantil.

Para aqueles que não deixarão mesmo de ir aos supermercados é aconselhável uma pesquisa de preço. Os valores entre os estabelecimentos variam até 13%, resultando em uma diferença de até R$ 10 ao final da compra.

Fora das gôndolas e prateleiras, produtoras autônomas aproveitam essa época para a venda de ovos recheados, de diversos sabores e, às vezes, com preços mais acessíveis. A diferença de preço não é tão marcante, um ovo de 250g artesanal custa entre R$ 25 e R$ 40. Se compararmos o artesanal com um ovo sonho de valsa, os custos são equivalentes, mas enquanto comparado com um ovo da Barbie de 250g, este é 67% mais caro. 

As duas opções, ovos industrializados e artesanais, são similares na questão financeira. O que vai alterar na escolha de onde compra são questões pessoais, como a praticidade na compra em um supermercado que permite entrega imediata e questões como localização. Enquanto o artesanal exige antecedência, mas também permite a escolha de sabores não disponíveis nos supermercados.

PARA QUEM VENDE

Os supermercados esperam uma queda no lucro deste ano durante a Páscoa, em previsões mais otimistas, que as vendas se equiparem com a do ano anterior. Por conta da crise, que vem desde 2015, e a alta do dólar, esta Páscoa chega sem grandes expectativas para os atacadistas.

A Associação dos Supermercados de Mato Grosso (Asmat) – seguindo a diretriz da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) – afirma: “A Páscoa 2016 deverá registrar vendas estáveis ou menores na comparação com o ano passado, de acordo com a Pesquisa de Páscoa, realizada pelo Departamento de Economia da Abras. Em termos nominais, a expectativa dos supermercadistas é de uma queda de -5,3% nas vendas. Em termos reais, a expectativa é de queda de -12,2%”.

CHOCOLATE GOURMET

Entre o artesanal e o industrializado, é onde se encontram as lojas como Cacau Show. Apesar de a produção não ser como a de um ovo caseiro, estes estabelecimentos ofertam variedades de sabor, formato, embalagem, tamanho e preço. A Cacau Show oferece chocolates para a Páscoa de 70g até 2,8Kg. Os preços variam dependendo do sabor e quantidade, cada 100g de chocolate pode custar entre R$ 9 e 19.

*Foto do ovo de 2,8kg

ATÉ 50% A MAIS EM TRIBUTOS NOS PRODUTOS DA PÁSCOA

Apesar de o aumento de impostos no preço do chocolate começar a vigorar apenas em 1º de maio de 2016, mais de um mês depois da Páscoa, os ovos de chocolate já são taxados em 38,53%. Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), entre os produtos mais consumidos na Páscoa, a maior carga de tributos incide sobre o vinho, cuja tributação chega a 54,73%, seguido do bacalhau importado 43,78%.

Aqueles que optarem pela compra de bombons também não escapam: 37,61% do seu preço vão para os cofres públicos; no caso da barra de chocolate, a carga tributária atribuída é de 38,60%. Na colomba pascal, os tributos representam 38,68% do preço.

Apesar das altas alíquotas sobre esses produtos, o Leão pretende abocanhar ainda mais imposto do bolso do brasileiro. Temos um recente aumento na tributação nos chocolates que começará a valer a partir de primeiro de maio deste ano. 

Para o presidente do IBPT, João Eloi Olenike, a única preocupação do governo atualmente é reduzir o rombo das contas públicas. "O mercado ainda não absorveu os reajustes tributários recentes, mas certamente estes, em breve, surtirão seus efeitos na mesa do consumidor, que pagarão mais caro por estes itens, pois a maioria dos tributos estão embutidos no preço final dos produtos", criticou Olenike.  

Bruna Gomes

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