Cidades

Construção de rodovia no Araguaia gera impasse entre políticos e indígenas

 
O trecho envolvido na disputa passa pelos municípios de Confresa e Terra Nova do Norte, onde também está localizada a Terra Indígena Urubu Branco, do povo tapiraré. 
 
A discordância, porém, começa já na afirmação sobre o local por onde passa a rodovia. Enquanto os índios alegam que a estrada corta a Terra Indígena, o deputado Baiano Filho alega que ela apenas margeia a área. Ainda segundo ele, a reserva estaria localizada a uma distância de quase 10 quilômetros do trecho em obras.  
 
Os tapirapé alegam que a construção afetará de forma drástica o modo de vida dos povos da região. Como a aldeia não conta com sinal telefônico, as informações do local são repassadas pelo Coordenador do Conselho Indigenista Missionario, Mário Bordignon.
 
Ele afirma, que considerando que a obra está dentro da Terra Indígena, os povos deveriam ter sido consultados e avalizado a construção, ato que de acordo com ele não ocorreu.
 
“Nos anos de 1950 quando começaram a organizar a comunidade, o povo tapiraré se resumia a cinquenta. Hoje são mais de mil pessoas que temem pela extinção do modo de vida que conhecem”, desabafa Mário Bordignon.
 
As discordâncias foram fomentadas por encontros entre políticos e tapirarés realizados em 2013. Pois a cada reunião, indígenas alegavam a tentativa de aliciamento para que não se colocassem mais contra a implantação da rodovia.
 
Na ultima reunião, o povo Tapirapé acusou o deputado Baiano Filho e outros políticos de oferecerem serviços básicos como postos de saúde, segurança, escola e “agrados” como caminhonetes para a que liberassem as obras. Já o deputado, alega que que os pedidos partiram dos próprios tapirapés.
 
O coordenador do Cimi rebateu a afirmação de Baiano Filho e disse que “conhecemos essas jogadas políticas e não vamos nos amedrontar”.
 
Outro Lado 
 
A reportagem entrou em contato com o deputado Baiano Filho que estava em reunião, mas enviou uma nota, por meio de sua assessoria de imprensa: 
 
Confira: 
 
O deputado Estadual Baiano Filho (PMDB) lamentou na manhã desta sexta-feira, 31.01, a divulgação de notícias que buscam ligar sua atuação à prática de suposto aliciamento a Comunidade Indígena Tapirapé-Apyãwa, no Norte Araguaia. Segundo “acusações”, supostamente apresentadas por lideranças indígenas, Baiano ao lado de prefeitos da região teriam garantido a construção de escolas, posto de saúde, cabeças de gado e camionetes em troca de autorização para a abertura da rodovia MT-100, ligando Santa Terezinha a Luciara.
 
O deputado explica que em momento algum foram oferecidas “vantagens” aos indígenas, e que nas reuniões realizadas na Aldeia Urubu Branco em Confresa, os líderes apresentaram as dificuldades vivenciadas pela etnia na reserva, onde até mesmo a alimentação é precária. Diante das deficiências, as lideranças reivindicaram apoio para a melhoria da estrutura dentro das sete aldeias, principalmente nas áreas de saúde e educação. A precariedade é tamanha, que os indígenas chegaram a pedir a doação de gado para a alimentação das aldeias, explica Baiano.
 
“Em momento algum nos reunimos [parlamentar e prefeitos] com os indígenas para oferecer vantagens, não tenho essa prática, em todas as situações que possam envolver os interesses das comunidades indígenas busco sempre pelo dialogo, sentamos, explicamos pontos de vista, ouvimos as dificuldades relatadas pelos lideres, pessoalmente caminho nas aldeias e conheço a precariedade com que vivem, e jamais me aproveitarei dessas necessidades seja para oferecer ou receber vantagens, não é minha índole”, respondeu Baiano.   
 
O deputado aproveita para esclarecer que a implantação da MT-100 não impacta sobre a vida dos indígenas na região, uma vez que passa a mais de 10km da reserva, e mantém seu apoio na defesa de melhores condições aos indígenas. “Quase que diariamente recebo a ligação de indígenas com pedidos de ajuda para resolução de questões básicas, nunca me neguei em ajudá-los, conquistamos inclusive a construção de dois centros de múltiplo uso, um para a aldeia Urubu Branco e outro para a Sapeva, pedido das comunidades e nunca me neguei em auxiliá-los, e quero que esse bom relacionamento permaneça”, acrescentou o deputado. 
 
De maneira infundada, também são acusados de suposto aliciamento os prefeitos de Confresa Gaspar Lazari, de Santa Terezinha Cristiano Gomes e de Porto Alegre do Norte Emival de Freitas.
 

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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