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Construção ultrapassou 3 milhões de empregos pela primeira vez em mais de uma década, diz CBIC

A construção civil atingiu a marca de 3,066 milhões de trabalhadores com carteira assinada em maio. Com isso, o setor superou o patamar de 3 milhões desde outubro de 2014 e se aproximou do recorde de 3,07 milhões, registrado em outubro de 2013.

Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, e foram compilados e divulgados nesta segunda-feira, 28, pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

De janeiro a maio deste ano, foram 149,2 mil vagas criadas pela construção, mantendo o ritmo aquecido dos anos anteriores. Desde 2020, foram 948 mil novas vagas.

“Estamos mantendo um ritmo forte de geração de emprego no setor”, frisou a economista-chefe da CBIC, Ieda Vasconcelos. “Do total de vagas geradas no País este ano, 14,2% do total vieram da construção, o que mostra a importância do setor”, emendou.

O presidente da CBIC, Renato Correia, apontou que a criação de vagas é resultado da expansão dos lançamentos e das vendas de imóveis residenciais nos últimos anos, bem como dos investimentos expressivos no segmento de infraestrutura – todos esses empreendimentos anunciados estão se transformando em canteiros de obras, explicou. “É importante ressaltar que a boa empregabilidade da construção se deu pelos contratos vigentes”, disse Correia.

Ainda que o juro alto force uma desaceleração da economia brasileira, a tendência é que o setor da construção continue registrando geração de vagas em função desses projetos em andamento, estimou o presidente da CBIC. “Há uma manutenção das criações de vagas. Mesmo que a economia desacelere por causa dos juros altos, ainda vai ter demanda de trabalho em função dos projetos em andamento”, assinalou Correia. “A percepção é que tem vagas em todos canteiros ou na maioria deles. Acredito que continuaremos muito forte no mercado de trabalho”.

O problema, segundo a CBIC, está na falta de trabalhadores qualificados ou no alto custo para contratação. Numa sondagem com empresários, esta é a terceira maior preocupação da classe empresarial – atrás apenas do juro alto e da carga tributária. Nos últimos 12 meses até junho, o custo da mão de obra no país cresceu 9,98%, se consolidando como o principal fator da inflação na construção, medida pelo INCC, que evoluiu 7,21% no mesmo período.

O salário médio de admissão (valor pago no primeiro emprego na área) na construção foi de R$ 2.436,44, nível acima da média nacional, de R$ 2.248,71. Ou seja, o empresário da construção está pagando mais para atrair os trabalhadores na comparação com outros setores.

Estadão Conteudo

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