O Conselho de Justificação que apura a conduta do capitão Daniel Alves de Moura e Silva, do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso, foi suspenso, conforme publicação do Diário Oficial do Estado. A razão para a interrupção das atividades do Conselho, que analisa a morte do aluno-soldado Lucas Veloso Peres, não foi informada. Lucas faleceu em fevereiro deste ano, durante um treinamento aquático na Lagoa Trevisan, em Cuiabá, e a investigação pode levar à exoneração do capitão.
Paralelamente à investigação interna, Daniel Alves também responde a uma ação penal na Vara Militar, cuja primeira audiência de instrução está marcada para o dia 11 de novembro. O Conselho de Justificação, criado em setembro, é composto pelos oficiais tenente-coronel Jean Carlos Pinto de Arruda Oliveira, tenente-coronel Mário Henrique Faro Ferreira e o major Adailton Luiz de Souza. O conselho é responsável por julgar condutas que possam manchar a honra pessoal de militares ou comprometer o exercício de suas funções, incluindo crimes de natureza dolosa.
A morte de Lucas Peres ocorreu durante uma atividade de treinamento em que os alunos precisavam nadar na lagoa em grupos, utilizando um flutuador do tipo Life Belt. Conforme relato do Ministério Público, mesmo após Lucas demonstrar sinais de exaustão e buscar auxílio no flutuador, o capitão Daniel Alves teria ordenado que ele continuasse sem o equipamento de segurança. Essa decisão culminou em afogamento e morte do aluno, que sofreu uma parada cardiorrespiratória no local.
O pai de Lucas, Cleuvimar Selvo Peres, expressou sua confiança na justiça, destacando que espera que o caso sirva para proteger futuros recrutas.
“É o que peço a Deus todos os dias. Para segurança dos próximos filhos que os pais entregarem nas mãos do estado de Mato Grosso”, disse. A família e a sociedade aguardam os desdobramentos tanto do Conselho de Justificação quanto da ação penal, para que responsabilidades sejam devidamente apuradas.
