Política

Conselheiros ignoram técnicos do TCE e aprovam contas de Silval por unanimidade

 
Entre as preocupações apontadas pelo relator e destacadas pelo Pleno do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT) está a concessão de incentivos fiscais. Desde 2009, o Tribunal de Contas vem alertando o Governo Estadual e a Assembleia Legislativa para a necessidade de criar mecanismos de avaliação e controle na concessão dos benefícios. 
 
De acordo com o conselheiro substituto Luiz Carlos Pereira, é preciso considerar três tópicos para que o Estado conceda incentivos: deve constar previsão orçamentária nas peças de planejamento (LOA e LDO), deve ser precedido de um estudo sobre a contrapartida que esses benefícios trarão à sociedade, uma vez que são receitas das quais o Estado abre mão, e por fim, deve haver controle simultâneo e periódico quanto aos resultados esperados.
 
O relatório das contas de governo de 2013 julgadas pelo TCE apresentam cinco irregularidades encontradas na prestação de contas relacionadas às áreas da saúde, educação, segurança pública, contabilidade, previdência social e incentivos fiscais.
 
Nesse sentido, uma das recomendações diz respeito à criação de unidade única previdenciária, o MT Prev, a fim de solucionar o problema do deficit previdenciário. “Verifico com preocupação crescimento constante da dívida previdenciária – 14 milhões – quando ao final de 2011 era de pouco mais de 12 milhões”. 
 
“Isso mostra que a dívida previdenciária vem crescendo de forma acelerada. Tanto que entre 2010 e 2013 o gasto com aposentadorias, reformas e pensões aumentou em 600 milhões de reais. O que o Estado gastava em um ano em 2010, em 2013 foi 600 milhões a mais. E esta é uma despesa permanente e crescente. Isso tudo mostra a urgência na adoção de medidas em torno do fundo previdenciário”. 
 
“Recomendações não devem ser apenas decorativas”
 
O conselheiro Henrique Lima chamou a atenção do governador Silval Barbosa para que as recomendações sugeridas pelo conselheiro Luiz Carlos Pereira, relator das contas de 2013, sejam acatadas e adotadas. “São medidas necessárias e devem ser objeto de ação por parte do Poder Executivo e monitoramento da Assembleia Legislativa e do TCE”.  
 
Ele inclusive citou o Acórdão 73/2014, de autoria do ministro Augusto Scherman, do Tribunal de Contas da União, que diz que a recomendação emanada do TCU não significa mera orientação, mas tem como objetivo buscar o aprimoramento da gestão pública. 
 
“Admite-se certa flexibilidade. A administração pública pode cumprir as normas por meios diferentes dos recomendados, desde que atinjam o mesmo objetivo. As recomendações feitas pelo TCU não podem ser palavras que estão ali para decorar o Acórdão, são medidas que devem ser adotadas com seriedade”. 
 
Desde a apreciação das contas de 2010, segundo Henrique Lima, a Auditoria Geral do Estado estaria fazendo grande esforço para que a legislação seja cumprida. “Porém, nem sempre gestores de outras pastas têm demonstrado o mesmo zelo, razão das falhas serem reincidentes desde 2010”. 
 

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Política

Lista de 164 entidades impedidas de assinar convênios com o governo

Incluídas no Cadastro de Entidades Privadas sem Fins Lucrativos Impedidas (Cepim), elas estão proibidas de assinar novos convênios ou termos
Política

PSDB gasta R$ 250 mil em sistema para votação

O esquema –com dados criptografados, senhas de segurança e núcleos de apoio técnico com 12 agentes espalhados pelas quatro regiões