Política

Conselheiro se diz vítima de “campanha difamatória” e anúncia venda de terra

Durante a sessão do Tribunal de Contas do Estado (TCE), na manhã desta terça-feira (06), o conselheiro Antônio Joaquim se posicionou pela primeira vez sobre o caso da prisão do jornalista Pedro Ribeiro e do publicitário Laerte Lannes, acusados de tentarem lhe fazer extorsão com a proposta de parar campanha de difamação que vinham realizando pelos jornais Página 12 e O Mato Grosso.

Segundo o conselheiro, os proprietários dos jornais começaram a realizar uma campanha difamatória, a mando do médico Alonso Alves Filho, sócio-proprietário do Hospital Otorrino – com quem trava uma briga judicial há três anos, por conta de disputas envolvendo terras localizadas no município de Nossa Senhora do Livramento (47 km de Cuiabá).

Para por fim a tal campanha de difamação e disputa, Antônio Joaquim afirmou que abrirá mão de suas terras, colocando suas propriedades a venda.

“Eles [jornalistas] foram contratados pelo médico Alonso Alves Filho, proprietário do Hospital Otorrino de Cuiabá, para realizar com os seus jornais uma sórdida campanha difamatória contra a minha pessoa e que atingiu este Tribunal. Infelizmente, esse médico é meu vizinho de fazenda e com o qual tenho o desprazer de litigar na Justiça para garantir o direito de acesso a uma estrada que liga duas áreas rurais que possuo no município de N. S. do Livramento. Essa estrada passa pela fazenda desse vizinho. Esse foi o estopim da perseguição doentia da qual sou vítima”, afirmou o conselheiro.

Os donos dos jornais foram presos em flagrante no dia 30 de setembro, no escritório do advogado José Antônio Rosa, quando supostamente estariam exigindo um contrato mensal de R$ 5 mil com TCE, durante dois anos, e o pagamento de R$ 25 mil para cada um.

Conforme a Polícia Civil, caso a exigência fosse acatada, eles "cessariam uma campanha de difamação e achincalhamento contra o conselheiro", nos jornais.
Após a prisão, ambos foram encaminhados à Delegacia de Roubos e Furtos (Derf), onde prestaram os depoimentos. 

Na quinta-feira (01), o juiz Marcos Faleiros homologou o flagrante por prática de extorsão. Segundo o magistrado, há indícios de autoria e materialidade do crime, mas concedeu a liberdade provisória, porque se tratam de indiciados primários e não justificaria ficarem presos. Contudo, o juiz determinou que ambos compareçam a todos os atos do processo, como medida cautelar. 

Confira discurso do conselheiro Antônio Joaquim:

“Em respeito a esta Instituição, posiciono-me sobre o que foi noticiado na semana passada envolvendo o meu nome e o do TCE de Mato Grosso, em deplorável episódio que culminou na prisão de dois pseudo-jornalistas. Eles foram contratados pelo médico Alonso Alves Filho, proprietário do Hospital Otorrino de Cuiabá, para realizar com os seus jornais uma sórdida campanha difamatória contra a minha pessoa e que atingiu este Tribunal.

Infelizmente, esse médico é meu vizinho de fazenda e com o qual tenho o desprazer de litigar na Justiça para garantir o direito de acesso a uma estrada que liga duas áreas rurais que possuo no município de N. S. do Livramento. Essa estrada passa pela fazenda desse vizinho. Esse foi o estopim da perseguição doentia da qual sou vítima.

O Tribunal de Contas de Mato Grosso não poderia esperar da minha pessoa nenhuma outra decisão e atitude senão a de rejeitar, recusar e enfrentar a tentativa de extorsão, chantagem, estelionato e a ação típica de formação de quadrilha. Foi exatamente o que fiz.

Ao ser informado que esses pseudo-jornalistas queriam negociar, em troca de dinheiro e contratos neste Tribunal, inclusive se dispondo a depor contra quem os contratou, o médico Alonso Alves Filho, rejeitei a tentativa de extorsão e recomendei ao meu advogado que reunisse provas e chamasse a Polícia. Nunca aceitei e não aceitarei fazer parte desse cenário deplorável, pois quem convive com porcos acaba chafurdando na lama.

Enfrentei essa situação sabendo que novamente sofreria com a exposição. Defendi a minha honra e não me verguei àqueles que queriam extorquir a mim e ao Tribunal de Contas. Com essa atitude, mantive a minha consciência limpa. E, agindo como agi, tenho condições de vir aqui, com a cabeça erguida, olhar nos vossos olhos. Eu não compro relacionamento, pois tenho fé que as relações têm que ser éticas e sadias.

Considero necessário esclarecer à sociedade mato-grossense que essa campanha difamatória é de um surrealismo fantástico, sustentado na mentira, na manipulação e deturpação de fatos. Busca-se, ardilosamente, me impingir o comportamento de violência, autoritarismo e grilagem. Nada disso é verdadeiro. Tenho lidado com um vizinho que me faz uma perseguição doentia, e que sequestra a minha reputação toda a vez que encontra eco na imprensa.”

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Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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