Com Airton Marques
O presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), Antônio Joaquim, negou que tenha feito pressão política sobre o governador Pedro Taques (PSDB) no caso sobre o pedido de liberação de dados sigilosos da Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz), para a realização de auditoria no controle de exportação.
Com a recusa do fornecimento de tais dados, o TCE-MT acionou o secretário da Sefaz, Gustavo de Oliveira. A atitude gerou atrito entre Taques e Antônio Joaquim, que no final do mês de abril utilizaram as redes sociais e a mídia para trocarem "farpas" – o pedido para que o secretário fosse obrigado a fornecer tais dados foi negado pelo desembargado José Zuquim.
De acordo com o conselheiro, ele apenas tomou a atitude que o cargo lhe determina.
“Eu sou um homem público e tenho o dever de viver pacificamente com outros Poderes, inclusive o Executivo, do governador. Para mim, a questão está resolvida, não tenho nada contra ele. Mas, eu respondi uma situação”, disse ao Circuito Mato Grosso.
Troca de farpas
Taques tomou a ação do conselheiro Antônio Joaquim como um ataque político, visando as eleições de 2018. Em mensagens publicadas em rede social, o governador afirmou que o órgão de contas se permitia servir de “poleiro eleitoral” para o presidente. Em discurso no Palácio Paiaguás, o tucano disse ainda que não aceitaria “pressão externa” contra secretários de seu staff.
O contorno político da situação teve início nas eleições do ano passado, quando Antônio Joaquim teria se mostrado aberto a disputar um cargo eletivo nas eleições majoritárias de 2018. No começo deste ano, ele anunciou sua aposentadoria do TCE-MT para o fim do ano.
O anúncio abriu espaço para especulação política sobre as eleições para o Governo de Mato Grosso, em 2018 . O presidente do Diretório regional do PSDB, deputado federal Nilson Leitão, admitiu que Taques se sentiu pressionado pela denúncia do TCE-MT por seu viés político eleitoral.
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