O conselheiro de Contas afastado, Antônio Joaquim, disse que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, foi “criminosamente parcial” por não abrir inquérito para investigar o governador Pedro Taques (PSDB), ambos citados na delação premiada do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) à PGR (Procuradoria Geral da República).
Antônio Joaquim diz haver conteúdo suficiente para que seja aberta uma investigação contra o governador. Ele citou os casos de reuniões entre Silval Barbosa e Pedro Taques em 2014, ano eleitoral, onde teria sido negociado repasse de R$ 20 milhões à campanha de Taques ao governo de Mato Grosso, um pedido do atual governador de suspender o apoio de Silval Barbosa à campanha de Lúdio Cabral, concorrente ao cargo, e como garantia Taques teria prometido blindar Silval em investigações de ações tomadas durante a gestão do peemedebista (2010-2014).
“Qual é a diferença entre o que foi citado sobre os conselheiros e o que foi citado sobre o governador? Os conselheiros foram afastados e o governador sequer teve inquérito aberto para investigação. O seo procurador Rodrigo Janot foi criminosamente parcial, prevaricou ao não abrir investigação o Taques”, disse Antônio Joaquim em entrevista à rádio Capital FM, nesta segunda (18).
Antônio Joaquim afirmou que os casos citados por Silval Barbosa validam a abertura de investigação ao governador Pedro Taques, pela “gravidade” do que foi denunciado, pois configuram crimes eleitorais.
“O Silval diz que Taques pediu para ele não dar mais apoio ao Lúdio Cabral, que era concorrente de Taques ao governo do Estado na época. Só isso já é o suficiente para abrir uma investigação contra ele [Pedro Taques]. Mas o que procurador fez foi afastar o conselheiros [de Contas] e já de cara considerar os casos contra Taques desinteressante, a ponto de sequer nem pedir a abertura de investigação. Houve prevaricação, crime funcional”.
O conselheiro afastado disse ainda que o motivo de Janot para não investigar o governador Pedro Taques é pessoal, pois tenta “proteger um amigo”. “Ele quer proteger, o colega, o amigo. Essa é uma atitude muito grave”.
Taques foi procurador da República antes de ingressar na vida politica, em 2010, no cargo de senador. Taques já confirmou que durante a carreira jurídica teve contato direto com Janot no cargo de procurador.