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A presidente da Associação dos Familiares Vítimas da Violência de Mato Grosso (AFVV/MT), Odilza Sampaio, 63 anos, ficou revoltada com a decisão da Justiça de soltar B.B.V., de 21 anos, que esfaqueou uma equipe do Conselho Tutelar e mais duas pessoas na noite de sábado (8). Segundo ela, o juiz entendeu que B.B.V., não oferecia riscos à sociedade.
“O juiz liberou a menina, porque ela não representa perigo para a sociedade e que não foi feito o flagrante do crime. O juiz humilhou a polícia, que foi lá prender ela, precisou chamar até outras viaturas”, afirmou Odilza, acrescentando que irá elaborar uma carta pela AFVV, reclamando da atuação do magistrado ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).
A agressão ocorreu após Odilza e uma colega, que são conselheiras tutelares, atenderem uma ocorrência de maus-tratos contra um bebê de um ano e três dias, no Bairro Baú, em Cuiabá. Quando os conselheiros chegaram ao local, constataram que a mãe estava sob efeitos de drogas e mal conseguia ficar em pé.
Durante o atendimento, as conselheiras entraram na residência e verificarem a situação, que estava quase resolvida, pois o pai da criança se encontrava no local e conversava com a equipe do lado de fora da residência. No entanto, B.B.V., pegou a criança no colo e ficou na porta e disse que a criança “queria arrotar”.
Sampaio disse que se prontificou em ajudar a mãe a fazer o bebê arrotar, mas B.B.V., disse que Odilza não iria pegar a criança e saiu correndo para dentro de casa. Quando voltou, B. estava com um objeto cortante na mão, que seria um soco inglês com uma lâmina em um dos lados, e começou agredir a todos que estavam no local.
Dentre os feridos estão Odilza Síria Sampaio, 63, a conselheira tutelar Josefina Maxmiliana de Figueiredo, 57, e o motorista Marcelo Antônio dos Reis, de 39 anos. Além disso, ela ainda agrediu duas vizinhas que moram na mesma quitinete. A Polícia Militar foi acionada para atender a ocorrência e levou a mulher algemada para a prisão.
Odilza não soube informar se a prisão foi em flagrante, mas que foi a própria PM que chamou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), para atender os feridos. “Eu levei a pior, levei uma facada no abdômen, tive que dar dez pontos. Quase decepou meu dedo que ficou pendurado. Ainda levei cinco perfurações no braço e mais algumas na perna”, afirmou Odilza.
Sampaio ainda não está bem, não por causa dos ferimentos, mas devido a decisão do juiz plantonista, que atendeu B.B.V., durante a audiência de custódia. Ainda segundo Odilza, a decisão do juiz plantonista “humilha” a polícia, que utilizou mais de uma guarnição para prender a mulher.
“Que juiz é esse? Como não pegou em flagrante? A polícia que chamou o Samu pra mim, a polícia que me colocou dentro da viatura, enquanto outras guarnições estavam chegando lá pra pegar ela. E o juiz falar que ela não oferece perigo para a sociedade… Tem muitas mulheres presas por crimes muito mais leves, isso foi uma tentativa de homicídio”, reclamou a conselheira tutelar.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de Mato Grosso para obter o nome do juiz plantonista e um esclarecimento sobre a decisão. No entanto, não obtivemos retorno até o fechamento desta matéria.
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