Na penúltima sexta-feira (16), a juíza Selma Rosane Arruda, da 7ª Vara Criminal, revogou a prisão de 14 réus acusados de integrarem a facção criminosa Comando Vermelho de Mato Grosso (CVMT). Eles foram liberados na segunda-feira (19) quando colocaram a tornozeleira eletrônica.
A magistrada considerou o pedido do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário (GMF) quanto a situação da Penitenciária Central do Estado (PCE). “A PCE está à beira de um colapso, em razão da superlotação, acarretando risco de rebelião”, descreveu em trecho da sua decisão.
Todos os catorze réus já foram apontados pelo Ministério Público do Estado por participar de alguma maneira da facção, seja de forma ativa ou passiva, durante as investigações alguns também chegaram a confessar a participação dentro do Comando Vermelho. Confira quem são estes acusados e como atuavam na organização.
Sidney Bittencurt, de 37 anos, é o réu que possui a ficha mais longa com 11 passagens pela polícia nas cidades de Glória D’oeste, Cáceres, Várzea Grande e Cuiabá, em crimes de roubo, receptação, tráfico de drogas, formação de quadrilha e até por não ter dado assistência à uma vítima de acidente de trânsito em Várzea Grande. Dessa quantidade de passagens pela polícia, seis são em Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Veículos.
Luiz Fagner Gomes Santos, de 31 anos, confessou que foi inserido como membro da facção e, inclusive, designado para compor a tesouraria do grupo criminoso, dentro do processo. Conhecido como Zoião, ele responde por uma ação penal pela prática de homicídio qualificado. Na polícia Luiz Fagner possuí duas passagens, uma por homicídio, possivelmente o qual foi processado, e onde foi pego com entorpecente, em 2011.
O eletrotécnico, Reginaldo Aparecido Moreira, de 40 anos, já foi detido três vezes, entre elas por roubo e sequestro, e possui quatro processos por homicídio e posse de arma de fogo ilegal. Dentre eles o da organização criminosa, ao qual confessou sua participação na facção, alegando que obedecia aos comandos da facção para “proteger” seu irmão que estava preso.
O caçula da turma, Bruno Lima da Rocha de 19 anos, responde por dois processos por roubo e organização criminosa e quatro passagens pela polícia, também referentes aos dois processos. Nos autos ele foi apontado como participante e interlocutor de diálogos do bando e tido como responsável por uma execução.
O Rhuyter Perdigão Neris, também já teve três passagens pela polícia, onde foi preso por homicídio e sequestro. Judicialmente, o rapaz de 21 anos de idade, responde por dois processos: um por posse de arma de fogo e outro por participar e servir como interlocutor de diálogos do bando e tido como responsável por uma execução no Comando Vermelho.
Conhecido como Matrinxã, João Luiz Baranosk, de 34 anos, é julgado em dois processos por envolvimento em organização criminosa, uma delas no Comando Vermelho, em que foi apontado por exercer papel de liderança da facção no norte do estado de Mato Grosso. Ele tem duas passagens pela polícia, uma no ano de 2008 em Sinop e uma de quando foi preso em março deste ano.
Outro réu soltou foi o Eduardo Juliano dos Santos Bravo, de 27 anos, conforme os autos, embora não seja batizado, ele colabora com a facção. Com sete processos, Eduardo responde por organização criminosa, lavagem de dinheiro, tráfico de drogas. Para completar, o técnico de laboratório possui seis passagens pela polícia desde o ano de 2011 até março deste ano quando foi preso.
Jhonatan Oliveira Da Silva, de 29 anos, tem cinco passagens pela polícia em Rondonópolis, Primavera do Leste e na Capital. Jhonatan responde por seis processos em crimes de falsidade ideológica, tráfico de drogas e roubo e uma delas por ser membro da facção.
Franthesco dos Santos, o Sapão, de 21 anos, responde a três processos por tentativa de homicídio e por organização criminosa. Dentro da organização a sua participação foi revelada por ocasião da execução do decreto de morte de Thaisa Caroline e outros dois indivíduos. Lavador de carro, Sapão já teve quatro passagens pela polícia, por tentativa de homicídio, roubo, tráfico de drogas e organização criminosa.
O ajudante de pedreiro Márcio Roberto Neves Ribeiro, de 27 anos, responde pelos processos de homicídio, roubo e na organização criminosa, onde é apontado como interlocutor da fação e quatro passagens pela polícia, além de formação de quadrilha, por assalto e dois homicídios nos anos de 2008 e 2009.
Janderson Vinicius Almeida da Cruz, de 32 anos, responde apenas pela participação na organização criminosa, que conforme os autos, foi confirmada através de diálogos realizados pelos membros do grupo. No sistema da polícia Janderson têm duas passagens, uma que se refere ao processo e outra por tráfico de drogas.
O servente de pedreiro de 37 anos, Wellington Pinto de Oliveira, confessou ser batizado no bando, no entanto, negou fazer parte do “conselho” do Comando Vermelho. Este é o único processo que responde na Justiça, em contrapartida, possui seis passagens pela polícia, entre elas formação de quadrilha, ao qual já foi condenado, roubo e um homicídio.
Edivaldo da Silva Bulhões, de 49 anos, conhecido como Véio, foi apontado como o interlocutor em conferências realizadas com a finalidade de decretar a morte de vítimas do Comando Vermelho. Pela polícia, já passou por oito vezes por diversos crimes, como roubo, ocultação de arma de fogo, tentativa de homicídio, assalto a banco e formação de quadrilha.
O mecânico Everton Augusto Soares dos Santos, de 22 anos, responde dois processos pelos mesmos crimes que passou pela polícia, um de tentativa de furto e outro por participar da organização criminosa. Em juízo ele confessou que integra o Comando Vermelho em Mato Grosso, e que sua função seria a de dirigir os veículos após a prática dos delitos.