O Congresso da Colômbia ratificou o acordo de paz assinado entre o governo do país e as Forças Revolucionárias da Colômbia (Farc) no dia 24 de novembro. Por maioria absoluta, a Câmara dos Representantes referendou o acordo, que já havia sido aprovado no Senado no dia anterior, também por ampla margem.
Em setembro, as duas partes assinaram a primeira versão do acordo de paz, que acabou sendo rejeitada pela população em plebiscito. Agora, com a aprovação nas duas casas do Parlamento colombiano, o texto poderá finalmente ser implementado.
O acordo almeja pôr fim a mais de 50 anos de conflitos armados entre o governo e as Farc, que deixaram em torno de 200 mil mortos e forçaram o deslocamento de milhões de pessoas.
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, saudou a ratificação em seu perfil no Twitter, expressando "gratidão para com o Congresso pelo histórico respaldo à esperança de paz dos colombianos".
Também através da rede social, o ministro colombiano do Interior, Juan Fernando Cristo, afirmou que, com 130 votos a favor e nenhum contra, o acordo "está referendado e pronto para a implementação".
A ratificação se deu após intensos debates. O negociador-chefe do governo, Humberto de la Calle, reiterou que foram incorporados à nova versão do acordo "o maior número possível de mudanças, 57 das 60 propostas". O partido de oposição Centro Democrático, liderado pelo ex-presidente Álvaro Uribe, retirou-se do plenário no momento da votação.
O texto do acordo de paz ratificado nesta terça-feira foi assinado por Santos e pelo líder das Farc, Rodrigo Londoño, conhecido como Timochenko, no dia 24 de novembro em Bogotá.
Ao texto original foi incorporada a maioria das propostas dos apoiadores do "não", opção que saiu vencedora no referendo realizado no dia 2 de outubro.
O acordo de paz dividiu o país de quase 49 milhões de habitantes, com uma sociedade traumatizada após décadas de conflitos e pelas ações da guerrilha, que muitos não estão dispostos a perdoar.
Santos, vencedor do prêmio Nobel da Paz de 2016 por seus esforços para pôr fim ao conflito armado no país, deverá encaminhar ao Congresso projetos de lei que visam implementar o acordo.
As medidas incluem o acesso à terra para os camponeses pobres, compensações às vítimas da guerrilha, além de um cessar-fogo definitivo e bilateral supervisionado pela ONU.
Fonte: G1