Internacional

Confrontos entre manifestantes e polícia deixam mortos na Ucrânia

 
As forças de segurança interromperam o tráfego no metrô de Kiev e se aproximam da Maidan, praça símbolo da contestação ocupada há três meses pelos opositores.
 
Mais cedo, a polícia utilizou bombas de efeito moral e balas de borracha contra os manifestantes, que responderam com pedras contra os agentes que protegiam o Parlamento.
 
Há ao menos 30 feridos graves, segundo a oposição.
 
Um manifestante teve uma mão amputada, enquanto outros sofreram traumatismos cranianos e ferimentos nos braços e pernas.
 
A oposição havia prometido uma "ofensiva pacífica" para pressionar os deputados no Parlamento, reunindo 20 mil pessoas para uma passeata que degenerou em violentos confrontos.
 
A polícia utilizou bombas de efeito moral e balas de borracha contra os manifestantes, que responderam com pedras contra os agentes que protegiam o local.
 
A polícia contabilizou 37 feridos entre seus agentes.
 
Mais de 200 manifestantes atacaram durante a manhã a sede do partido do presidente Viktor Yanukovitch com coquetéis molotov e quebraram as portas com machados.
 
Os ativistas chegaram a invadir e ocupar o local, mas precisaram se retirar com a aproximação das forças de segurança.
 
Os confrontos entre as duas partes se espalharam por várias ruas deste bairro governamental.
 
Nesta terça-feira, os deputados ucranianos deveriam examinar um projeto de reforma constitucional que reduz os poderes do presidente em benefício do governo e do Parlamento.
 
Estes foram os primeiros confrontos em Kiev desde o fim de janeiro, quando os enfrentamentos deixaram quatro mortos e mais de 500 feridos.
 
Durante a manhã, o comando da oposição, na Praça da Independência, ocupada há três meses pelos manifestantes hostis ao presidente Yanukovitch, tentava evitar os confrontos entre os elementos mais radicais dos protestos e a polícia.
 
"Nosso objetivo é cercar o Parlamento e bloquear o local para impedir que os deputados nomeiem um primeiro-ministro 'russo'', declarou Andrii Parubii, deputado de oposição e integrante do partido da ex-primeira-ministra Yulia Timochenko.
 
Uma ala da oposição acredita que Yanukovitch poderia nomear nesta terça-feira um novo primeiro-ministro.
 
A oposição acusa o governo ucraniano de ceder às pressões de Moscou desde que Yanukovytch desistiu de assinar, em novembro, um acordo de associação com a União Europeia e optou por uma negociação com a Rússia.
 
O embaixador americano na Ucrânia, Geoffrey Pyatt, lamentou "a retomada da violência" na capital do país.
 
"É preciso que a política seja feita no Parlamento, e não na rua", escreveu em sua conta no Twitter.
Por sua vez, a diplomacia russa declarou que este retorno à violência é o resultado da política dos ocidentais que encorajaram a escalada de tais atos.
 
"O que acontece atualmente na Ucrânia é o resultado direto da política e apaziguamento dos políticos ocidentais e das estruturas europeias que, desde o início da crise, fecham os olhos para atos agressivos das forças radicais no país, incentivando a escalada e as provocações contra a autoridade legal", considerou o Ministério russo das Relações Exteriores em um comunicado.
 
"Nós pedimos mais uma vez à oposição ucraniana para que renuncie às ameaças e aos ultimatos e que inicie um diálogo com o poder a fim de permitir uma saída para a crise", acrescentou o ministério.
 
G1 Mundo

Redação

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