Foto: Aruivo TopNwes
Um índio da etnia Enawenê Nawê foi baleado, na tarde do último sábado (24), em um confronto com motoristas que resolveram obstruir a Rodovia MT-170, sentido Juína (754 km de Cuiabá), como forma de “boicotar” a cobrança de pedágio que era feito pelos indígenas na altura da ponte sobre o Rio Juruena, a 60 km do município.
Os índios voltaram a bloquear a ponte, reivindicando a manutenção de uma estrada de pouco mais de 45 km que liga a aldeia ao município, desde a tarde desta sexta-feira (23), os indígenas começaram a cobrar pedágio de R$ 100,00 por cada veículo que passa pelo local.
A ação dos indígenas causou a revolta dos moradores de Juína e do município de Brasnorte, que desde as primeiras horas deste sábado (24) fecharam as saídas de suas cidades, no intuito de boicotar o bloqueio realizado pelos Enawenê Nawê.
De acordo com informações de populares, dezenas de índios saíram do ponto onde estavam cobrando pedágios e foram a Brasnorte (564 km de Cuiabá), na tentativa de retirar os caminhoneiros e populares da rodovia.
Porém, ao chegar lá, acabaram entrando em confronto com caminhoneiros e populares que estavam armados com facões, pedaços de madeiras e até arma de fogo.
Durante a confusão, os índios quiseram atear fogo nos caminhões, porém, houve conflito e o indígena Daliameali Enawenê acabou sendo atingido por um disparo de arma de fogo.
O Samu foi acionado e encaminhou o indígena para o hospital da cidade. Ele foi baleado no tórax e passou por cirurgia, ainda não há informações quanto ao seu quadro de saúde. Há informações de que outras pessoas acabaram ficando feridas depois de serem atingidas por flechas.
Com a chegada da Polícia Militar em frente ao Parque de Exposições onde ocorria o bloqueio, os populares se dispersaram, temendo a repercussão da confusão, e a rodovia finalmente foi liberada. Policiais Militares de Juína foram enviados a Brasnorte.
Reivindicação
Em carta aberta, os índios da etnia Enawenê Nawê afirmaram que há três anos aguardam a abertura de uma estrada de 43 Km, entre a BR-174 e a aldeia Halaytakwa. Além disso, eles cobram que o Governo do Estado cumpra a promessa feita a eles, de que até julho deste ano a Secretaria de Infraestrutura (Sinfra) estaria cascalhando a estrada de acesso a comunidade.
A intenção dos índios é de que o pedágio funcione por sete dias, sendo que o dinheiro arrecadado será revertido na melhoria das vias de acesso a aldeia.
Após pedido de medida liminar, feito pela prefeitura de Juína, o juiz federal da subseção judiciária do município, Antônio Lúcio Túlio de Oliveira Barbosa, determinou o desbloqueio imediato da MT-170. Em sua decisão, o magistrado convoca o Governo do Estado para o apoio de forças policiais e ainda estipula multa de R$ 800,00 por hora, em caso de descumprimento.
Com informações do JuínaNews
Índios cobram pedágio na MT-170 e causam revolta em população