Opinião

Confissões

Eu canto porque o instante existe

e a minha vida está completa.

Não sou alegre nem sou triste:

sou poeta.

(Motivo, Cecília Meireles)

 

Perguntam-me a razão de minha escrita,

de meu pulsar em versos, que não cessa,

e tal mergulho em tudo – tão sem pressa –

entregue à solidão, que em tudo habita.

 

Perguntam-me, também, o que me incita

a versejar – se acaso é uma promessa –

e como, nos meus ermos, se processa

a poesia, em si, que é luz bendita.

 

Perguntam-me se escrevo por ser triste…

Não sou! Porém, meu ser não cansa e insiste

em abraçar o triste, aonde eu for.

 

Eu sei que versejar me alegra, acalma,

e que me entrego inteira – corpo e alma –

ao belo que há em tudo, até na dor.

 

Edir Pina de Barros é membro da Academia Brasileira de Sonetistas e da Academia Virtual de Poetas de Língua PortuguesaSeus poemas estão disponíveis em vários livros, antologias, revistas eletrônicas e nas mídias sociais.  É doutora e pós-doutora em Antropologia pela USP, professora aposentada (UFMT). Nasceu no Mato Grosso do Sul e hoje reside em Brasília.  

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Opinião

Dos Pampas ao Chaco

E, assim, retorno  à querência, campeando recuerdos como diz amúsica da Califórnia da Canção Nativa do Rio Grande do Sul.
Opinião

Um caminho para o sucesso

Os ambientes de trabalho estão cheios de “puxa-sacos”, que acreditam que quem nos promove na carreira é o dono do