Agronegócio

Confinamento pode superar 5 milhões de cabeças em Mato Grosso

Depois de percorrer mais de 70 mil quilômetros mapeando e fotografando pastagens e visitando cerca de 200 propriedades, foi encerrado o Rally da Pecuária, maior expedição técnica privada que faz um balanço completo da bovinocultura de corte brasileira. Sete equipes especializadas levantaram informações in loco nas áreas de cria, recria, engorda e confinamento do país.

Foram visitados 11 estados – Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins, Pará, Rondônia e Acre. Eles respondem por mais de 82% do rebanho bovino nacional e 86% da produção de carne.

A informação é da Agroconsult, realizadora do Rally: “Os dados coletados a campo apontam que o confinamento voltará a passar de 5 milhões de cabeças neste ano.” Esse número inclui o semiconfinamento. 

Segundo Mauricio Nogueira, coordenador da expedição e sócio da Agroconsult, o volume é devido à atratividade do milho, que teve uma redução no preço desde o começo deste ano de 32%, a necessidade dos pecuaristas em segurar mais animais por hectare e o impacto do cenário político e econômico no setor. Em Goiás, por exemplo, o Rally constatou que o número de animais terminados no cocho deve crescer 10% neste ano sobre 2016, quando 780 mil cabeças foram confinadas.

No confinamento São Lucas, de Alexandre Parise, localizado em Santa Helena de Goiás, a expectativa é confinar 30 mil cabeças, alta de 20% em relação ao ano passado.

Preço do milho em 2016

Já a alta de 52% no preço do milho em 2016 e a queda de 15% a 20% na margem de lucro impactaram a produtividade do público avaliado em 2017 pelo Rally da Pecuária A redução no pacote tecnológico derrubou em 18% a produtividade, que passou de 10,6 arrobas/hectare/ano (@/ha/a) para 8,9 @/ha/a. “Isso foi fruto de uma decisão incorreta do produtor, já que economizar com esse custo não compensa porque a queda na receita é bem maior”, analisa Maurício.

Paralelamente, houve aumento do peso médio do animal estocado em 2017, o que deverá confirmar a elevação da oferta no mercado, conforme estimativa pré-Rally, observa o analista. O peso médio saiu de 9,8 @/cabeça no ano passado para 10,7@/cabeça. “A projeção de lucro operacional em 2017, por nível de tecnologia, dos pecuaristas com produtividade entre 18@/ha/a e 38@/ha/a, é de R$ 1.050/ha/a, com a arroba comercializada a R$ 124 na média do ano”, explica o coordenador da expedição.

Com relação às pastagens, em 2017, dados do Rally apontam que houve aumento na qualidade em relação aos últimos cinco anos, em razão principalmente das condições climáticas, mantendo o índice de apenas 3% de áreas degradadas. Nogueira explica que o aporte ideal para manter o bom nível das pastagens gira em torno de R$ 364/ha para áreas de ótima qualidade e até R$ 3.043/ha para áreas degradadas.

Na edição 2017 do Rally da Pecuária foram realizados 12 eventos regionais sob o tema “Produtividade e eficiência: o que era diferencial agora é sobrevivência” e 16 oficinas da produtividade, com participação de cerca de 2 mil pecuaristas.

Redação

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