O estado de saúde da enfermeira espanhola que contraiu ebola ao tratar de doentes repatriados da África se agravou, informou nesta quinta-feira o hospital Carlos 3º, de Madri, no qual está internada. "Ela piorou, mas não posso dar mais informações" disse à imprensa a subdiretora do hospital, Yolanda Fuentes, na entrada do local."A paciente pediu que não seja dada nenhuma informação sobre seu quadro clínico", acrescentou Fuentes, à Reuters.
A enfermeira Teresa Romero, de 44 anos, se encontra isolada desde segunda-feira (6), quando se constatou que havia sido contaminada pelo vírus depois de cuidar de dois religiosos do país que foram repatriados da Libéria e Serra Leoa semanas atrás. Eles morreram pouco depois.
Em observação
Dois médicos e um enfermeiro deram entrada nesta quarta-feira (8) no mesmo hospital por precaução. Os novos pacientes são a médica que atendeu Teresa Romero antes de saber que essa profissional havia contraído o vírus ebola, e um outro médico do local onde a técnica vive, Alcorcón, um subúrbio da cidade."São considerados de alto risco porque estiveram em contato com a paciente, mas não têm os sintomas", afirmou a porta-voz do hospital, que explicou: "por precaução, agora, se alguém pede para dar entrada, nós o recebemos em observação".
O terceiro hospitalizado é um enfermeiro que, assim como a auxiliar infectada, fazia parte da equipe de funcionários que tratou das vítimas.Com essas novas internações, são sete os isolados no La Paz-Carlos III, incluindo o marido da técnica em enfermagem. Até o momento, apenas Teresa deu positivo para o ebola.Pelo menos 50 pessoas que podem ter tido contato com a auxiliar de enfermagem são monitoradas pelo governo. Uma investigação foi aberta para localizar todos os moradores da região que podem ter sido expostos. O risco é alto, já que a mulher começou a apresentar os sintomas em 29 de setembro e foi internada no hospital apenas em 6 de outubro.
Número de mortos aumenta
A pior epidemia de ebola já registrada matou 3.879 pessoas, de 8.033 casos até o dia 5 de outubro na África Ocidental, segundo balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS). Não há evidência de que a epidemia esteja sob controle.Libéria e Serra Leoa têm respectivamente apenas 21% e 26% dos leitos necessários para atender os pacientes infectados pelo vírus. Os países vizinhos foram avisados para se prepararem para a propagação da doença através das fronteiras.
Morte nos EUA
Nesta quarta-feira, morreu o homem de nacionalidade liberiana diagnosticado com ebola no Texas, informou o hospital de Dallas. Thomas Eric Duncan havia tomado um medicamento experimental chamado brincidofovir no último sábado (4), quando seu estado de saúde passou de grave a crítico, segundo o Hospital Presbiteriano do Texas, em Dallas.Duncan foi a primeira pessoa diagnosticada com ebola nos Estados Unidos e acredita-se que ele tenha sido infectado na Libéria.Moradores da capital liberiana acreditam que Duncan pegou a doença quando ajudou uma mulher enferma a entrar em um táxi para ser levada ao hospital.
Reforço em trigem nos EUA
Autoridades da área da saúde nos Estados Unidos disseram que revelariam dentro de alguns dias novos procedimentos de triagem para detectar o vírus ebola nos aeroportos do país, a fim de lidar com a preocupação do público com a possibilidade de um surto.Estamos trabalhando intensivamente no processo de triagem tanto nos lugares de origem quanto na chegada, disse o dr. Thomas Frieden, diretor do Centro de Controle de Doenças e Prevenção (CDC, na sigla em inglês), falando a repórteres na terça-feira.
Segundo a Casa Branca, entre os aeroportos com escaneamento extra estão John F. Kennedy, em Nova York, Liberty em Newark, Dulles em Washington, Chicago O'Hare em Chicago e Hartsfield-Jackson em Atlanta. "Esses aeroportos são o destino de 94% dos indivíduos que viajam aos EUA vindos dos três países afetados pelo ebola", disse o porta-voz da Casa Branca Josh Earnest.
G1