Opinião

Como você cultiva a empatia?

Ultimamente tem se falado muito em empatia, então a primeira pergunta que te faço é: o que te rouba a empatia? Não quero as respostas prontas, quero saber de VOCÊ. O que te desconecta do outro? No trabalho, na família, com os amigos, na rua. Tenho buscado me perceber, no trabalho o que me desconecta é quando alguém altera o tom de voz tentando me impor um conhecimento ‘guela’ abaixo, na família quando uma Iracema lá do passado é trazida à tona e logo penso: mas eu não faço mais isso e não perceberam? No amor, quando o silêncio fica longo demais, eu interpreto como indiferença, o medo bate e me afasto; com os amigos, quando a bebida entra em cena e as ‘certezas’ afloram, me dá muita preguiça. E na rua? Quando meu olhar encontra um olhar me examinando de cima embaixo e um rosto que se vira sem me dar ao menos chance de sorrir pra quebrar o gelo, logo penso: você acabou de perder a oportunidade de conhecer alguém incrível, no caso eu. E o contrário, como cultivo a empatia? Eu sempre brinco que humildade não é uma das minhas maiores qualidades, o que tenho buscado é me colocar inteira nas experiências e buscar fazer atividades que normalmente não faço pensando nas pessoas que as realizam e agradecendo, por exemplo: limpo a casa, cozinho, ando no sol quente, nesta semana até lavei um carro (por fora) e pensei como são tarefas chatas mas que alguém as faz. Na família penso que um deles pode estar sofrendo e imediatamente me conecto a ele, no trabalho olho nos olhos, escuto e penso: assim como eu, ele também quer ser ouvido. No amor? Olho pra dentro e me torno responsável pelo que sinto, se é um sentimento saudável, ele vai me impulsionar a querer ser melhor pra quando eu pensar na pessoa sentir que ele me fez mais forte. E os amigos com a cachaça? É melhor beber do que surtar! Então bebe filho, bebe. O exercício de conexão é muito particular e precisa ser feito com urgência, porque quando me percebo impaciente e me sentindo solitária, logo penso: Iracema, você está se afastando do mundo novamente. Nada me aproxima e me liberta mais de mim mesma do que o outro, e quando encontro alguém MUITO parecido comigo e o amor acontece, uma parte de mim foi curada. A empatia me traz de volta pra mim. Fique bem

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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