Já virou costume: antes do início de cada edição do “Big Brother Brasil”, mesmo quem não liga muito para o reality dá uma olhadinha nas fotos dos participantes para saber quem será notícia pelos próximos quatro meses – e também para checar quem são as bonitonas e os bonitões da vez, é claro. Em 2015, além da beleza, as olheiras e bolsas debaixo dos olhos de Amanda chamaram a atenção e são assunto até agora, dentro e fora da casa.
Ninguém tem olheiras ou bolsas de gordura debaixo dos olhos porque quer. “As olheiras têm duas causas principais: a pigmentação natural da pele e a alteração vascular subcutânea, fruto de noites mal dormidas, por exemplo”, diz o dermatologista Amilton Macedo. Já as bolsas de gordura, explica o cirurgião plástico Patrick Kovac, membro associado da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, “são causadas por fatores constitucionais genéticos e pelo envelhecimento natural da pele. Com a diminuição na produção de colágeno, a região fica mais flácida e essas reservas de gordura podem acabar ficando bem aparentes”.
A mãe de Amanda saiu em defesa da filha e disse que o olhar é uma característica de família, já que o pai da moça era armênio. No caso das olheiras, Macedo concorda que a origem étnica influencie. Segundo o dermatologista, os povos orientais, como um todo, têm tendência às manchas escuras naturais na região dos olhos. Mas quando o assunto são as bolsinhas de gordura, Kovac não assina embaixo da justificativa. “Não há provas de que a etnia interfira na formação delas. Elas se formam independentemente disso”, afirma.
Tratamentos pouco invasivos
Atualmente, livrar-se dessas marcas na região dos olhos não é um bicho de sete cabeças. Os métodos mais modernos são pouco invasivos, têm recuperação rápida e apresentam resultados em pouco tempo.
No consultório do dermatologista é possível resolver o problema das olheiras. Para as vasculares, provocadas por um cansaço prolongado ou por um longo histórico de noites mal dormidas, Macedo recomenda a carboxiterapia. Nela são aplicadas injeções de gás carbônico para melhorar a circulação do local e em seguida é feita uma massagem na região. “É possível perceber os primeiros resultados já na manhã seguinte”, garante o médico. O tratamento completo precisa de seis sessões, realizadas uma vez a cada 15 dias.
As olheiras de nascença, ou seja, aquelas da pigmentação natural da pele, precisam de aplicação de laser no local. Depois de um período de reinado da luz pulsada, hoje a última palavra nesse tratamento é o laser Spectra, que apresenta menos riscos de queimar a pele e de deixar marcas. São necessárias de oito a 12 sessões, uma vez por semana, para completar o ciclo. De acordo com Macedo, os resultados começam a aparecer na quarta sessão.
Tirar as bolsas de gordura da região debaixo dos olhos é um pouco menos simples, mas longe de ser complexo. “Quando a paciente é jovem, ela só terá gordura para ser retirada; as mais velhas terão também um excesso de pele que precisará ser eliminado”, diferencia Kovac.
O procedimento, chamado blefaroplastia, sempre deve ser realizado em ambiente cirúrgico e por um cirurgião plástico. Existem duas formas de fazê-lo: pela região externa dos olhos (subciliar) ou por dentro (transconjuntival). Ambas exigem anestesia local e sedação e têm duração de uma hora e meia. Os pontos são retirados depois de três a cinco dias e a região fica inchada e roxa, mas sem motivo para pânico: cerca de duas semanas depois já está 70% recuperada. Três meses depois, somem todos os vestígios de intervenção e é como se os olhos fossem naturalmente daquele jeito.
Se a intenção é conseguir um resultado mais instantâneo, há a alternativa de preencher o local das bolsas de gordura para deixar a pele lisinha e sumir com os sulcos que as deixam em evidência. O método temporário é a incisão de ácido hialurônico, que pode ser feita pelo dermatologista e é absorvido pelo organismo em seis meses; o permanente é a incisão de gordura do próprio corpo, que deve ser feita por um cirurgião plástico.
Dá para disfarçar com maquiagem
Há quem não queira realizar intervenção nenhuma, mas deseje ficar com a aparência dos olhos melhor. Daí é hora de lançar mão de truques de maquiagem. “O segredo está nas cores e na combinação de produtos cosméticos”, assegura a maquiadora Simone Barcelos, diretora da Escola Madre.
O maior erro na hora de disfarçar olheiras, ela conta, é usar corretivos mais claros do que a cor da pele. Sabe aquele efeito de urso panda ao contrário, que sempre vemos em famosas nos tapetes vermelhos? O próprio!
“Olheiras azuladas precisam de corretivo de coloração amarelada ou alaranjada, enquanto as olheiras verde-acinzentadas pedem corretivo rosado”, ensina. Antes dele, a pele deve receber hidratante e primer; depois, uma finíssima e muito bem esfumada camada de pó compacto, para “selar” o corretivo. Use o pincel, não a esponja, para essa finalização.
As bolsas de gordura exigem um cuidado maior, porque normalmente carregam linhas em sua superfície, e daí para ficar com um efeito “craquelado” na pele é um pulinho. “É bom usar um hidratante para os olhos nessa região diariamente”, indica Simone, que prossegue: “Na hora de maquiar, o ideal é utilizar um primer específico para a área dos olhos, que também diminui a aparência das linhas”.
Os melhores corretivos para disfarçar as bolsas de gordura são os líquidos, bem leves. E nada de colocar pó por cima dele. “Toda a hidratação vai por água abaixo. O pó volta a marcar as linhas e deixa a maquiagem com um aspecto seco e marcado”, finaliza a maquiadora.
Fonte: iG