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Como fica a situação de Augusto Melo no Corinthians após liminar impedir votação de impeachment

Augusto Melo ganhou um respiro após o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) deferir uma liminar ordenando a suspensão da votação de impeachment do presidente do Corinthians. Membros do Conselho Deliberativo se reuniram nesta segunda-feira, na sede social do Parque São Jorge, mas os procedimentos foram pausados após a desembargadora Clara Maria Araújo Xavier acolher o pedido.

Procurado pelo Estadão, o presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Jr, afirmou que vai entrar com recurso. Uma nova data para a votação do impeachment de Augusto Melo só poderá ser marcada após o Tribunal julgar procedente o pedido. Anteriormente, o Tribunal negou a solicitação do presidente para o adiamento do pleito.

Para Augusto Melo, a votação do impeachment fere o estatuto do Corinthians. Isso porque a Comissão de Ética e Disciplina recomendou a suspensão da votação até o fim das investigações da Polícia Civil no caso da Vai de Bet, ex-patrocinadora máster do clube. As averiguações estão na fase final e membros da diretoria alvinegra devem ser ouvidos no início de 2025.

Segundo o delegado Tiago Fernando Correia, o atraso no repasse de informações financeiras solicitadas por meio da quebra de sigilos bancários estão atrasando o trabalho do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC). O contrato de R$ 320 milhões do Corinthians com a Vai de Bet previa o pagamento de 7% do montante líquido de cada parcela à Rede Media Social Ltda, intermediadora do acordo. Ou seja, R$ 700 mil por mês ao longo de três anos, resultando em R$ 25,2 milhões ao fim do contrato. Após os pagamentos da comissão, a Rede Social Media Ltda repassou parte dos valores por meio de Pix à Neoway, empresa com endereço na Avenida Paulista que serviria como ‘laranja’.

Inicialmente, a votação do impeachment estava marcada para 28 de novembro, mas precisou ser adiada após as autoridades apontarem falta de segurança. Na segunda-feira, membros da Gaviões da Fiel, maior organizada do Corinthians, compareceram à porta do clube para demonstrar apoio a Augusto Melo. Sob os gritos “não vai ter golpe”, eles criticaram o processo de destituição do atual mandatário. A Polícia Militar montou um gabinete de crise para garantir a segurança no local.

Cabe ressaltar que Augusto Melo pode ser alvo de um segundo processo de impeachment no Corinthians. Em 26 de novembro, o Conselho de Orientação (Cori) enviou à Comissão de Ética um novo pedido de destituição do presidente. A decisão se baseou em suposta gestão temerária por parte da atual administração, concluindo que houve uma piora na saúde financeira do clube. As demonstrações do segundo trimestre também foram reprovadas.

O afastamento do dirigente foi recomendada de maneira unânime pelos 13 membros do Cori, incluindo os ex-presidentes Andrés Sanchez e Duílio Monteiro Alves. O novo pedido corre independentemente das investigações da Polícia Civil.

Em um eventual impeachment de Augusto Melo, quem assume é Osmar Stabile, primeiro vice-presidente, que terá até cinco dias para convocar a Assembleia Geral dos associados para votação em última instância, e de 30 a 60 dias para marcar a data da votação. Neste cenário, o presidente fica cautelarmente afastado até a proclamação do resultado final. É necessário a maioria simples do colegiado de 302 conselheiros para a destituição do presidente.

Dentro das quatro linhas, o Corinthians vive fase ímpar na temporada. Após frequentar a zona de rebaixamento do Brasileirão, o time chegou na briga por uma vaga para a Libertadores.

Estadão Conteudo

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