A Comissão de Ética e Decoro da Câmara de Cuiabá rejeitou o pedido do vereador Juca do Guaraná Filho (Avante) para que fossem anexados ao processo de cassação de Abílio Junior (PSC) documentos que, segundo ele, derrubam a versão da servidora Elizabete Maria de Almeida sobre articulação para a compra de votos.
O presidente da comissão, Toninho de Souza (PSD) não deu detalhes sobre o motivo do indeferimento, mas disse que vai acrescentar os documentos à notícia-crime aberta no Gaeco (Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado) e orientou que Juca do Guaraná os protocolasse também na Polícia Civil.
“O vereador protocolou documentos de entrada e saída do condomínio Belvedere e fez o pedido para que anexasse ao processo do vereador Abílio. Como indeferimos o anexo, resolvemos levar como informação complementar à notícia-crime que fizemos no Gaeco”.
Juca do Guaraná busca refutação para a versão da servidora, lotada no Hospital São Benedito, de que o prefeito Emanuel Pinheiro estava em sua casa, no condomínio Belvedere, no dia em que teria ido para receber orientação do depoimento que daria à Comissão de Ética e Decoro.
A servidora sugeriu que o prefeito estaria ligado ao pagamento de R$ 50 mil para cada vereador que votasse pela cassação de Abílio. A suposta reunião na casa de Juca do Guaraná teria ocorrido no dia 21 novembro, cinco dias antes do depoimento de Elizabete Maria em oitiva do processo.
Ontem (2), o prefeito Emanuel Pinheiro chamou a servidora de “louca” e “desqualificada” e classificou de “absurda” a história sobre a compra de votos que faria parte de uma série de ataques pessoais da oposição a ele.
Influência política
O caso da compra de votos respingou na relação conflituosa entre Emanuel Pinheiro e o governador Mauro Mendes. O prefeito protocolou na Assembleia Legislativa um pedido de investigação de suposta pressão na PJC (Polícia Judiciária Civil) para que ele foi incriminado na apuração.
Na carta entregue à Procuradoria Legislativa, Emanuel Pinheiro cita o nomes de dois delegados que teriam recebido a tarefa de montar uma investigação cujos fatos apontassem para o prefeito.
O depoimento foi registrado na Defaz (Delegacia Especializada de Crimes Fazendários), onde Elizabete Maria de Almeida foi ouvida um dia após a oitiva.
A PJC se manifestou ainda ontem sobre a denúncia dizendo que todos critérios utilizados no caso são legais e negou que tenha algum delegado já designado para apurar os fatos.