O deputado Allan Kardec (PT) disse que a Comissão de Ética da Assembleia Legislativa vai pedir ao STF (Supremo Tribunal Federal) o compartilhamento de documentos de investigação a deputados, ex-deputados e conselheiros de Conta para análise própria das denúncias feitas pelo ex-governador Silval Barbosa (PMD).
“A comissão vai pedir ao ministro [Luiz] Fux o encaminhamento de processos não só contra deputados, mas contra todos aqueles investigados, como conselheiros, juízes, políticos e empresários. É para fazermos, na Comissão de Ética, um levantamento total daquilo que está acontecendo com a delação de Silval Barbosa”.
No começo da semana, quatro deputados, dois titulares e dois suplentes, investigados na Operação Malebolge, da Polícia Federal, foram afastados de suas funções da Comissão de Ética pelo presidente do Legislativo, Eduardo Botelho (PSB).
Botelho afirmou que a medida pretende manter o respaldo moral de decisões do grupo em um momento de crise da Assembleia Legislativa. Os deputados afastados aparecem em vídeo entregue por Silval Barbosa em acordo de delação premiada assinado com a Procuradoria Geral da República (PGR). Eles aparecem recebem maços de dinheiro, supostamente, de pagamento de mensalinhos a deputados na gestão de Silval Barbosa (2010-2014).
São afastados os deputados Oscar Bezerra (PSB) e Silvano Amaral (PMDB), titulares da comissão, e Ondanir Bortolini “Nininho” (PSD), e Romoaldo Júnior (PMDB), suplentes.
O deputado disse ainda que, no entanto, não cabe à Assembleia Legislativa votar o afastamento dos deputados de cargo eletivo, decisão que caberia à Justiça.
“A Comissão de Ética fez ontem [quarta, 20] sua primeira reunião e a partir de agora vamos começar os trabalhos, dentro da comissão, para aquilo que cabe à comissão. Afastamento de deputados não é o próprio deputado que faz, é a Justiça que faz”.
Na terça (19), a Assembleia Legislativa enviou ao ministro Luiz Fux pedido de definição sobre a permanência do deputado Gilmar Fabris (PSD) na prisão. Ele está preso desde a última sexta (15) por decisão do STF, que considerou a atitude do parlamentar como tentativa de obstrução da Justiça ao sair de casa horas antes da deflagração da Operação Malebolge com pasta de documentos.
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