A Comissão Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo de Mato Grosso (Coetrae) foi reativada, por meio de uma carta-compromisso firmada pelo governador de Mato Grosso, Pedro Taques (PDT), nesta sexta-feira (30). Ele assinou o documento, tendo em vista que as ações de combate estão paralisadas há quatro anos, onde houve o atendimento de 640 trabalhadores de 2009 a 2014. E no ano passado Mato Grosso figurou a segunda colocação no ranking nacional do trabalho escravo, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego, do Governo Federal.
Na "lista suja" do ano passado eram 579 de empregadores inscritos por serem flagrados na prática de submeter trabalhadores a condições análogas à de escravo, sejam pessoas físicas ou jurídicas. E Mato Grosso estava com Mato Grosso com 11,23%, perdendo apenas para o Pará, com 26,08%.
Foram incluídos 91 empregadores e realizadas 48 exclusões, devido ao não cumprimento dos requisitos administrativos estabelecidos pela legislação. São as fazendas e carvoarias que dominam a lista, porém há boate e hotel neste índice.
Para tanto, já está sendo definido um calendário de ações e atividades para o ano de 2015.
Taques ressalta que não há maior crime do que tentar transformar o indivíduo numa coisa em seu discurso, junto com o presidente do Coetrae e secretário de Estado de Justiça e Direitos Humanos, Márcio Dorileo.
“Não há pior falta de liberdade do que perder o direito de ir e vir. Coisas têm preço e podem ser compradas porque não possuem finalidades em si mesmas, porém o ser humano é o contrário. O cidadão não tem preço, não pode ser tratado como coisa”, defendeu Taques durante a solenidade no auditório Ponce de Arruda, no Palácio Paiaguás.
Na ocasião estavam presentes representantes da sociedade civil organizada, de órgãos do Governo do Estado e do Governo Federal, além da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Esta é uma das metas do secretário de Estado de Trabalho e Assistência Social (Setas), Valdiney de Arruda, que garantiu que a pasta estará engajada na luta pelo fim do trabalho escravo.
Também assinou a carta-compromisso Elisabeth Flores, da Comissão Pastoral da terra (CPT), representando a sociedade civil. Além do presidente do Grupo de Articulação para Erradicação do Trabalho Escravo (Gaete), o procurador do Trabalho Thiago Ribeiro Gurjão, e o procurador-geral de Justiça, Paulo Prado.
Veja a lista suja do trabalho escravo de 2014 por meio do endereço http://www.axa.org.br/wp-content/uploads/2014/07/CADASTRO-DE-EMPREGADORES-ATUALIZA%C3%87%C3%83O-Extraordin%C3%A1ria-DE-02-07-2014.pdf.