Quantas pessoas com mais de 80 anos você conhece hoje? Já pensou em como era a alimentação dessas pessoas quando elas eram jovens, na casa dos 20 anos? Quando elas eram criancinhas, não existia fast-food e a indústria alimentícia era o esboço do que é hoje. De lá para cá, muita coisa mudou… Comer é algo transversal e essencial em nossa vida e no mundo, e mesmo quando não estamos comendo a comida está em tudo.
Para entender o impacto que tem a alimentação na nossa vida e no mundo, é preciso ter uma visão global da comida, do processo de produção que a envolve, de todo o desenvolvimento que fez com que os alimentos de hoje sejam o que são, do ato de comer, e os efeitos micro e macro daquilo que comemos.
Há muita coisa por trás desse leite “longa vida”, dessa bolacha recheada, dessa lasanha congelada e desse suco de caixinha que tem aí no seu armário. Para compreender como viemos parar onde estamos, seria preciso mergulhar na história da metade do século XIX para cá, pelo menos! Hoje a alimentação da população brasileira e mundial, que vive nas grandes cidades, é prioritariamente industrializada, processada.
E os efeitos da industrialização não estão só nos alimentos embalados, não! Infelizmente, e a gente sabe bem, estão na carne, nos vegetais, nos ovos… Haja vista essa denúncia da Polícia Federal denominada Carne Fraca, na qual encontraram carnes podres sendo adulteradas para parecer boas para o consumo, salsicha com ingredientes proibidos e por aí vai… Nos tempos dos nossos avós, a comida era simples e natural.
A carne não era “bombada” com antibióticos e outros medicamentos, as verduras, legumes e frutas não eram cultivados à base de agrotóxicos e, pasmem, não duravam quase duas semanas! Apodreciam, como é normal acontecer com comida de verdade. E aí, a gente se pergunta: estamos tão mais “desenvolvidos e civilizados” do que os nossos avós, não é?!
Temos celulares e computadores que nos permitem fazer quase tudo, viajamos o mundo todo, nunca fomos tão informados, temos carros hipervelozes, compramos roupa pronta e o nosso alimento também, já não precisamos sujar as mãos fazendo nada! Não é uma maravilha?! É??? Então por que estamos nos esforçando tanto para voltar a comer como antigamente? Pois é, mas é difícil, né?! É o marketing alimentício unido à falta de tempo, de vontade, e de paladar, fazendo a nossa alimentação ficar mais pobre, menos saborosa e menos saudável.
Mas aos poucos a gente vem percebendo uma inversão dessa tendência. Os anos foram passando e começamos a sentir na pele, nos ossos, no coração, em todos os outros órgãos e até na alma, como os alimentos industrializados afetam negativamente a nossa vida e a nossa saúde. O nosso organismo, coitado, já não sabe mais o que fazer com tantas toxinas que entram pela nossa boca, nariz e poros.
É hora de rever os nossos conceitos sobre alimentação, sim! No final das contas, a conclusão é muito simples: precisamos comer comida de verdade, orgânica, integral, fresca, sem agrotóxicos, produzidos com generosidade, com respeito e cuidado. Felizes serão os dias em que em vez de querermos ter mais espaço na garagem para carros, quisermos e podermos ter mais espaço para cultivar a nossa horta.
“Não coma nada que a sua avó não reconheceria como comida”
“Não coma nada com mais de cinco ingredientes”
“Não coma nada com ingredientes que você não consiga pronunciar”