Internacional

Comandante de balsa que afundou na Coreia pega 36 anos de prisão

A justiça da Coreia do Sul anunciou nesta terça-feira (11) a condenação do comandante da balsa Sewol, que naufragou em abril e provocou a morte de 304 pessoas. O comandante da embarcação, Lee Soon-jeok pegou 36 anos de prisão ao ser considerado culpado por negligência, mas foi absolvido da acusação de homicídio, pela qual os promotores buscavam a pena de morte.O tribunal considerou que a promotoria não conseguiu comprovar a acusação mais grave apresentada contra o capitão. A promotoria já anunciou que irá recorrer da decisão.

Os juízes o consideraram culpado de abandonar os deveres como capitão, ao deixar a balsa quando centenas de passageiros permaneciam a bordo.A sentença encerra cinco meses de processo contra Joon-Seok e outros 14 tripulantes.A corte condenou o engenheiro-chefe da embarcação por homicídio, por não ter ajudado dois outros tripulantes feridos, o que fez dele o único a ser considerado culpado entre os quatro que enfrentavam esse tipo de acusação, sendo sentenciado a 30 anos de prisão.Os outros 13 tripulantes sobreviventes da barca Sewol foram considerados culpados de várias acusações, incluindo negligência, e receberam penas que variaram entre cinco e 20 anos de prisão.

As famílias das vítimas emitiram um comunicado após o veredicto, no qual se dizem devastadas pela decisão do tribunal e que a Justiça falhou."Nossa esperança foi destruída miseravelmente", disse Park Jong-dae, pai de uma das crianças mortas, em um comunicado lido em frente ao tribunal, em que pede aos promotores que apelem das decisões e busquem uma punição que corresponda aos crimes da tripulação.Um promotor envolvido no caso disse que sua equipe iria apelar da decisão em relação a todos os 15 membros da tripulação, chamando a decisão de "decepcionante", particularmente a absolvição de três dos mais graduados, incluindo a do capitão das acusação de homicídio.

Buscas
O governo sul-coreano anunciou também nesta terça que encerrou as operações de busca pelos nove corpos que continuam desaparecidos desde o naufrágio do Sewol. A decisão aconteceu após uma reunião do gabinete de governo presidida pelo primeiro-ministro sul-coreano, Chung Hong-won.Os trabalhos de resgate, nos quais participaram milhares de mergulhadores, começaram imediatamente depois do naufrágio da balsa no dia 16 de abril, que tinha 476 pessoas a bordo, a maioria estudantes de ensino médio.

As equipes de resgate só conseguiram salvar 172 pessoas, todas elas nas primeiras horas depois do naufrágio, enquanto a maioria dos corpos foram recuperados nas semanas seguintes ao acidente.O resgate também causou a morte de dois dos mergulhadores que participavam das operações.No final de outubro, os familiares dos nove desaparecidos se posicionaram contra uma operação para emergir a balsa do fundo do mar (seis votos contra cinco), aparentemente por considerarem que os corpos poderiam ser perdidos ou deteriorados nesse processo.

Segundo a versão dos promotores, o capitão e os 14 tripulantes demoraram a dar ordem para os passageiros abandonarem a balsa, não prestaram o devido socorro e deixaram a embarcação enquanto ela afundava, agindo com negligência em relação à segurança dos passageiros, o que é uma violação da lei relativa à segurança marítima.

G1

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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