Circuito Gastronomia

Com recheio de ‘hot roll’ a churros, bar reinventa receita de coxinha

Hot roll, shimeji cremoso, queijo coalho com orégano, linguiça aberta com brócolis e churros de doce de leite. Se essas delícias já dão água na boca como prato principal, o que dizer de transformá-las em ingrediente principal de um dos petiscos mais adorados pelos brasileiros: a coxinha?

Foi exatamente esta a ideia do publicitário Raphael Souza Filho, de 30 anos. Com criatividade de sobra e talento para a cozinha, Souza Filho, que é proprietário de um bar em Ribeirão Preto (SP), decidiu arriscar desenvolvendo receitas inusitadas para o petisco e chamar atenção dos clientes.

"A coxinha é algo que está na cultura do brasileiro. Coloco a coxinha na mesma posição do brigadeiro, do guaraná, do pão de queijo. Tem uma frase que eu sempre digo, não conheci ninguém triste comendo coxinha. Tem que estar feliz comendo coxinha!", diverte-se.

Natural de Santos (SP), Souza Filho trabalhou com publicidade durante nove anos em São Paulo (SP). No ano passado, mudou-se para Ribeirão Preto a trabalho, mas viu no mercado de bares uma chance de criar seu próprio empreendimento. Largou o emprego e decidiu investir no negócio, desta vez como empresário.

Paixão por coxinha
"Comecei a pesquisar sobre o mercado em Ribeirão e vi uma boa oportunidade para abrir um bar. Falaram de vários bares, e notei que o povo de Ribeirão gosta de coxinha. Foi aí que veio a ideia de tentar uma coxinha diferente. Pensei que meu bar tinha que ter um carro-chefe. E que se eu fosse abrir, teria que abrir com algo que ninguém tem. Juntei coisas que eu gostava muito e que talvez pudessem dar certo como coxinha", conta.

O bar foi inaugurado em dezembro de 2014. Entre os petiscos do cardápio, cinco tipos de coxinha: salmão com cream cheese, shimeji cremoso, calabresa com catupiry, carne desfiada com redução de cerveja Demoiselle, típica de Ribeirão, e a clássica frango com catupiry. E foi a coxinha que leva salmão que mais agradou o público, segundo Souza Filho.

"Muita gente vinha e perguntava: existe mesmo isso aí? Servimos essa coxinha com um molho tarê. Ela nasceu com o nome de salmão com cream cheese, mas os clientes mudaram. Uma professora de gastronomia experimentou e disse: isso não é uma coxinha, é um hot roll. Daí começaram a chegar pessoas perguntando se eu tinha a coxinha de hot roll. Foi no boca a boca. Aí adotamos o que a galera estava falando", conta.

Mais sabores
Aos poucos, as coxinhas – servidas em porções de oito unidades com preços que variam entre R$ 22 e R$ 26 – viraram marca registrada do bar. Diante do sucesso dos sabores iniciais, o publicitário resolveu desenvolver outras cinco variações para o salgadinho.

Em março, o cardápio ganhou os recheios de camarão, linguiça aberta com brócolis e molho branco, queijo coalho com orégano, strogonoff e morango com creme de avelã, primeira opção doce das coxinhas.

"A coxinha doce veio por duas coisas: eu não tinha sobremesa para oferecer no bar. E outra coisa que pensei foi que com creme de avelã até pedra fica bom. Resolvi colocar na coxinha. Fomos aprimorando, até que coloquei o morango na receita. E virou um boom. Todo mundo quer experimentar", conta.
Atualmente, Souza Filho vende, em média, 400 porções de coxinhas por mês. A campeã de vendas é a de hot roll, seguida da versão doce de morango com creme de avelã. A "coxinha sobremesa", no entanto, ganhou uma concorrente no bar: a de churros, com massa envolta em açúcar e canela e recheio de doce de leite.

"Coloquei a coxinha de churros como sazonal, que é uma ideia nova para o bar. Quero colocar um novo recheio a cada dois meses e fazer esse rodízio. É uma forma de testar os sabores. Hoje estamos com 11 tipos. Mas essa de churros está todo mundo amando, e vejo que não vou poder retirar do cardápio", diz.

Sem parar
Com os sabores consolidados e vários outros a serem lançados, é mais que claro que o ingrediente principal do sucesso das coxinhas de Souza Filho é a criatividade.

"Sempre gostei de cozinhar. Uni minha paixão com algo que me dá prazer no bar, que é cozinhar. As pessoas são curiosas por natureza. É legal mexer com a curiosidade quando se fala em comida, em coisas diferentes para comer", diz.

O publicitário pensa em expandir ainda mais a variedade dos recheios. "A única regra é que o recheio tem que ser viciante. Tem que ser aquilo: dá para comer puro? Então dá para rechear também. A proposta do bar em si é mudar o tempo todo. É assim que faço com as coxinhas. Sou um caçador de coisas novas", conclui.

Entre os novos ingredientes em fase de experiência estão paçoca e uma coxinha só de bacon. As novidades devem entrar no cardápio após escolha do público do bar em um duelo que o dono chama de Ultimate Fighting Coxinha (UFC).

Fonte: G1

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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