Com uma presença massiva de dirigentes de diferentes partidos e chefes de Estado do mundo todo, veículos de comunicação franceses já chamam de "histórica" a manifestação que será realizada neste domingo. A “marcha republicana” contará com a participação do primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o presidente palestino, Mahmoud Abbas.
A caminhada tem previsão para começar às 15h (12h de Brasília) da praça da República. O ponto de partida tem sua carga de significado: o monumento da praça expõe os valores exaltados pela França: liberdade, igualdade e fraternidade. O lema da revolução francesa tem o apreço dos franceses por simbolizar a liberdade de expressão, a igualdade entre as pessoas (como a de cidadãos de diferentes religiões habitando no país) e a fraternidade entre os franceses diferentes que vivem em um estado laico.
A marcha foge do teor partidário e prega a união de uma França abalada por 17 mortes ocasionadas pelo terrorismo desde quarta-feira passada. Por ser “republicana”, a manifestação terá participação da esquerda, com a presença do presidente francês, François Hollande, do Partido Socialista; da direita, com o ex-presidente Nicolas Sarkozy, da UMP; e do centro, com François Bayrou, do MoDem. Apenas a principal liderança da extrema direita, presidente da Frente Nacional (Front Nationale) foi excluída da manifestação.
A França espera centenas da milhares de pessoas na manifestação, que passará pelas praças da Bastilha (Bastille) e da Nação (Nation). O transporte público será gratuito durante o dia para as pessoas participarem.
Segurança reforçada
Com a presença de representantes de países europeus, como a chanceler alemã, Angela Merkel, e o premiê britânico, David Cameron, Paris reforçou sua segurança. Segundo o Ministério do Interior, serão 2 mil policiais, 1.350 militares e 2,2 mil agentes.
Nesta manhã, policiais montavam cordões de isolamento e barreiras no trajeto, enquanto dezenas de televisões do mundo inteiro transmitiam imagens da praça da República.
Em uma das avenidas pelas quais passará a caminhada, o pequeno jornal de esquerda l’Humanité vendia sua edição especial deste domingo, em homenagem aos mortos no semanário satírico Charlie Hebdo.
“A união dos cidadãos contra a divisão e o ódio”, diz a matéria principal do jornal esquerdista. “O combate para se viver realmente uma república, aberta e laica, social e tolerante, é um combate cotidiano: um combate de cidadãos, no seu sentido mais nobre”, diz o editorial da publicação.
Fonte: Terra