A temporada de vôlei feminino está sendo especial para o Minas. É que desde 2003 o time não chegava a uma final em nível nacional, o que ocorreu agora, ao brigar pelo título da Copa do Brasil com o Rio de Janeiro. Apesar de ter sido derrotado na decisão, o fato de decidir uma taça depois de 13 anos mexe com as jogadoras e o técnico Paulo Cocco, que sonham repetir a dose e conquistar o troféu da Superliga.
Para Cocco, apesar de os reforços terem chegado com atraso em relação ao início da Superliga – Hooker e Jaqueline estrearam com a competição em andamento, sendo que a primeira jogou a partir de novembro, e a segunda somente este ano – o Minas teve a capacidade de se reestruturar e voltar a lutar por posições na tabela de classificação.
O time chegou a estar na décima posição e agora está em quinto, com 24 pontos, não só abrindo distância para os concorrentes, mas também se aproximando do quarto e terceiro colocados – respectivamente, Brasília e Osasco, com 29 e 34 pontos.
Para o treinador, a presença da oposto norte-americana e da ponteira brasileira bicampeã olímpica foi determinante para a mudança. Além disso, houve alteração na posição da oposto Rosamaria, transformada em ponteira. Ele vem sendo uma das maiores pontuadoras da competição. “Não era uma característica dela, mas é versátil e conseguiu se adaptar rapidamente. E tem como grande vantagem um emocional bastante equilibrado. A posição de ponteira exige menos que a de oposto, o que para ela foi muito bom.”
Rosamaria não é a única a se destacar. A meio de rede Mara é a melhor da Superliga, com 42,16% de aproveitamento e uma das razões do crescimento da equipe. Ela já foi campeã da Superliga, quando jogava no Rio, mas diz que agora a situação é bem diferente. “Lá eu era reserva. Ganhei sem jogar. Agora, estou jogando e procurei me aprimorar nos detalhes em que não era boa. Meu negócio antes era atacar, mas estou me esforçando muito no bloqueio, na defesa. Os resultados estão aparecendo. Fico até surpresa com meu aproveitamento no bloqueio, mas quero melhorar ainda mais. O time está crescendo como um todo, mas temos de melhorar ainda mais para chegar à final, nosso sonho.”
Jaqueline diz que a presença do Minas na final da Copa Brasil tem um significado mais do que simbólico. “O time está chegando. Fomos à final contra um adversário experiente e que tem como maior virtude ter uma base estrutural e ser pouco mexido, diferente do nosso. O time do Rio se conhece há muito tempo. É o contrário do nosso, pois a gente ainda está se conhecendo. Por isso temos de trabalhar muito ainda, mas sabemos da nossa capacidade atual. Aposto muito no nosso time, pois o grupo de jogadoras tem muito a apresentar.”
EXPERIÊNCIA A capitã e meio de rede Carol Gattaz, de 35 anos, uma das mais experientes do time, diz que o Minas está aprendendo o caminho para chegar às finais e que não há sensação melhor que essa para aumentar a motivação das atletas. “É importante para o grupo, para o clube, para a torcida. Creio que a base é o caminho, e nosso time foi pouco mexido nas duas últimas temporadas. Quem chegou, entrou somando. A ida para a final mostrou que estamos no caminho certo. Chegar à final da Copa Brasil mostrou que estamos correndo por fora e que temos condições de brigar pelo título.”
Fonte: SuperEsportes