O clube, que possui nome, escudo e uniforme quase idênticos ao alviverde paulista, vive ameaça de rebaixamento na última rodada do Potiguar, nesta quarta-feira. Vai receber em Goianinha, a 54 km de Natal, o terceiro colocado Baraúnas.
Na sétima e penúltima posição, com 11 pontos, o Palmeira venceu apenas três vezes, empatou duas e perdeu oito. Lanterna com nove pontos, o Potyguar de Currais Novos pode ultrapassá-lo.
Só uma equipe cai. Seis avançam à próxima fase, porém os palmeirenses não têm mais chances de se classificar e se juntar a América de Natal e ABC, que disputaram a Copa do Nordeste.
Todos garantem que não foi proposital reunir xarás de atletas famosos no elenco alviverde. Até o preparador de goleiros tem apelido de craque: Rincón.
"Os adversários devem levar mais na brincadeira. No papel até que o time era bom, mas não encaixou uma sequência de vitórias", disse à Folha o lateral ambidestro Diego Maradona, cujo gol de cobertura ante o Santa Cruz foi noticiado na Argentina.
Nascido em 1988, no auge da carreira do homônimo, ele não fugiu da homenagem promovida pelo pai, Francisco, na paradisíaca Galinhos, de 2 mil habitantes.
"Tenho que mostrar a [carteira de] identidade, tem até amigo que não acredita [no nome]. Mas isso nunca interferiu em ser jogador", afirmou o baixinho, com 3 cm de vantagem sobre o inspirador.
MESSI
Romário e Damião também são chamados por seus nomes de batismo. Já o goleiro se tornou Messi por acidente.
"Foi uma coincidência. Minha mãe leu 'Meci' num jornal, achou bonita a palavra e me apelidou quando eu tinha sete anos", explicou Jamerson Michel da Costa, 27, que adotou a grafia diferente a partir do sucesso do meia-atacante do Barcelona.
Ele virou assunto nacional por ser um raro jogador de futebol a revelar publicamente sua homossexualidade.
"Passaram a me respeitar de uma forma muito grande. Antes, não era assim, achavam que eu era diferente", atestou.
Ele negou que tenha sofrido provocações ou assédio desde então. E relatou que colegas fazem "brincadeiras sadias" sobre sua orientação sexual. "Falam 'agarra', 'bicha', mas sem rancor", garantiu.
Apesar da pouca estatura para a posição, 1,76 m, Messi é ídolo do Palmeira.
"Ele possui qualidade nata, e evoluiu bastante. Tem atitude, é concentrado", descreveu Rincón, que orienta o goleiro a manter o foco nos objetivos esportivos e não se importar com eventuais comentários sobre vida privada.
CORÍNTIANS
Fundado em 1959, o Palmeira Futebol Clube deveria ter o nome no plural, como o original paulista. "Foi um erro de cartório", conta o diretor de marketing, Ataualpa Wesley Dornellas.
Ele assegura que o clone alviverde não repete os problemas financeiros do Parque Antarctica. "É um dos poucos times do Brasil que pagam em dia. Tem estrutura, acomodações de primeira, alimentação, suplemento".
A folha salarial de jogadores e comissão técnica custa R$ 50 mil. A metade deste valor é bancada pela Prefeitura de Goianinha, o principal dos 34 patrocinadores anunciados em uniformes, painéis de entrevista, placas no estádio, site do clube e carro de som que promove as partidas na cidade de 23 mil pessoas.
A diretoria realiza permutas de serviços por publicidade.
Com bilheteria, entretanto, os palmeirenses amargam prejuízo. O maior público do time foi de 438 pagantes. A equipe chegou a jogar diante de 45. Nos seis jogos em casa, vendeu somente 1582 entradas no total, obtendo média de 263 por partida.
Os maus resultados contribuíram para esvaziar a arquibancada. O time aposta no seu terceiro técnico nesta competição.
Curiosamente, os palmeirenses estrearam com triunfo de 1 a 0, como visitante, sobre o Santa Cruz, que conquistou por antecipação o primeiro turno do Estadual e a vaga na Copa do Brasil de 2013.
Também se mantiveram invictos nos "clássicos" contra o Coríntians. Venceram por 2 a 1 diante de sua torcida e empataram por 1 a 1 em Caicó. Apenas 628 ingressos foram vendidos para os dois confrontos.
Fonte: FOLHA.COM