Mato Grosso, que está em primeiro lugar no ranking de focos de incêndio no país, já aplicou R$ 14,3 milhões em multas por queimadas ilegais, de janeiro a julho deste ano. Os dados são da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema).
Segundo o Centro Integrado Multiagências (Ciman), o estado teve, até o dia 10 deste mês, 11.770 focos de queimadas, um valor 9% maior que o mesmo período do ano passado e 43% maior que a média dos últimos dez anos.
Mato Grosso está em primeiro lugar entre os estados do Brasil no ranking de focos de calor deste ano. Também é o primeiro da Amazônia Legal. De forma proporcional, em relação á área da região, está em segundo lugar, atrás de Tocantins.
A cidade com maior número de focos no período proibitivo de queimadas, do dia 1º a 10 de agosto, é Poconé, com 999 focos.
Em seguida estão Barão de Melgaço (461), Colniza (264), Cáceres (190), Tangará da Serra (190), Paranatinga (133), Gaúcha do Norte (131) e Santo Antônio de Leverger (124).
Os dados do Ciman também apontam que 81,5% dos incêndios do estado são em propriedades particulares, 11% são em terras indígenas, 3,8% em projetos de assentamento e 3,4% em unidades de conservação.
De acordo com a Sema, no ano passado, durante a operação 'Abafa', de combate ao desmatamento e incêndios florestais, foram aplicados mais de R$ 70 milhões em multas.
Já a equipe de fiscalização de flora da Sema aplicou R$ 31,5 milhões em multas por queimadas, durante todo o ano.
Todas as multas aplicadas nos anos de 2019 e 2020 encontram-se em processo de tramitação, com possibilidade de recurso no Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema) e na esfera judicial.
Atualmente, há, em média, 7 mil processos por infrações ambientais em Mato Grosso, que ainda devem ser julgadas. No primeiro semestre deste ano, 3.300 decisões foram proferidas.
Segundo a Sema, para acelerar o julgamento dos processos, estão sendo enviadas propostas de empresas especializadas em mapear negócios e desenvolver soluções tecnológicas para automação do processo de responsabilização ambiental.
Também está em tramitação a contratação de 30 pessoas para realização de força-tarefa para julgamento dos autos.