No dia em que a Câmara dos Deputados iniciará tramitação de denúncia contra ele, o presidente Michel Temer programou audiências com parlamentares indecisos, entre eles dois integrantes da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).
Como a Folha de S.Paulo mostrou, o peemedebista decidiu atuar pessoalmente na tentativa de virar votos e garantir um placar de pelo menos 40 deputados federais contra a denúncia por corrupção passiva apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Na agenda presidencial, o peemedebista incluiu, por exemplo, encontros com Ronaldo Fonseca (Pros-DF) e Evandro Gussi (PV-SP), titulares da CCJ que, em enquete da Folha de S.Paulo, disseram não saber como votarão.
O último é cotado, inclusive, para ser escolhido como relator da denúncia contra o presidente pelo presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG). Ele deve anunciar nesta terça-feira (3) sua decisão para o posto.
Ao todo, em uma agenda incomum, o presidente programou audiências com 16 parlamentares, dos quais 10 disseram não saber ou não responderam como votarão quando a denúncia for levada a plenário.
Do restante, dois se posicionaram favoravelmente ao prosseguimento da denúncia, Christiane Yared (PR-PR) e Sinval Malheiros (PODE-SP), e quatro por seu arquivamento, todos do PMDB, partido do presidente.
Pelo cálculo do Palácio do Planalto, hoje o presidente conta com o apoio de apenas 30 dos 66 deputados federais titulares da comissão parlamentar.
O governo peemedebista estima haver 18 deputados federais da base aliada indecisos, de partidos como PSDB, PSD, DEM e PR. A ideia é que o presidente se reúna pessoalmente com aqueles que o Palácio do Planalto identifica tendência de voto favorável ao peemedebista.