Os Estados Unidos anunciaram, nesta quinta-feira (7), uma série de exercícios aéreos militares na Guiana, em meio às crescentes tensões entre Georgetown e Caracas por uma disputa territorial.
A embaixada dos Estados Unidos na Guiana informou que, “em colaboração com as Forças de Defesa da Guiana, o Comando Sul dos Estados Unidos conduzirá operações de voo dentro da Guiana em 7 de dezembro”.
O comunicado acrescenta que “esse exercício se baseia em compromissos e operações de rotina para melhorar a associação de segurança entre os Estados Unidos e a Guiana e fortalecer a cooperação regional”.
Há quatro dias, o governo venezuelano organizou um referendo para obter apoio a sua reivindicação sobre Essequibo, uma região rica em petróleo, equivalente a dois terços do território da Guiana e administrada por ela, que ambos os países disputam há mais de um século.
Após a aprovação do referendo por 95% dos eleitores, segundo os dados oficiais, o presidente venezuelano Nicolás Maduro propôs uma lei para criar uma província venezuelana na área disputada. Ele também ordenou que a petrolífera estatal concedesse licenças para extrair petróleo bruto em Essequibo.
Nesta quarta-feira (6), o governo da Venezuela acusou o presidente da Guiana, Irfaan Ali, de dar “sinal verde” às bases militares dos Estados Unidos em Essequibo.
“De maneira irresponsável, deu sinal verde à presença do Comando Sul dos Estados Unidos no território da Guiana Essequiba, sobre o qual a Guiana mantém uma ocupação de fato”, afirmou, em uma nota divulgada pela Chancelaria.
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, conversou com Ali nesta quarta-feira “para reafirmar o apoio inabalável dos Estados Unidos à soberania da Guiana”, informou o Departamento de Estado em um comunicado.
Blinken fez um apelo a “uma solução pacífica para a controvérsia” e a respeito de todas as partes “pela sentença arbitral de 1899, que determina a fronteira terrestre entre a Venezuela e a Guiana, ou […] chegar a um novo acordo, ou a um órgão jurídico competente decidir de outra forma”.
A disputa pelo Essequibo ganhou força depois que a petroleira americana ExxonMobil descobriu jazidas de petróleo importantes, em 2015.
“Uma coisa que não queremos aqui na América do Sul é guerra, nós não precisamos de conflito”, disse nesta quinta-feira o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Brasil também reforçou sua presença militar na fronteira entre a Guiana e a Venezuela.
Agência Brasil