Política

Com doença crônica, Stringueta se afasta de investigação dos grampos

O delegado da Polícia Judiciária Civil, Flávio Stringueta, comunicou seu afastamento das investigações da denúncia sobre um suposto esquema de escutas ilegais no âmbito da Polícia Militar. O comunicado foi protocolado à Justiça e publicado em um post no perfil do delegado no Facebook (leia abaixo).

De acordo com Stringueta, seu afastamento das investigações se deve a uma questão de saúde, uma vez que está com a doença chamada chron.

“Meus amigos, estou sendo obrigado a expor minha vida particular para que não especulem sobre meu afastamento das investigações dos grampos. Estou deixando as investigações por absoluta falta de condições físicas”, disse.

Estou com uma doença autoimune, incurável e crônica, que, para o seu controle, necessita de um ambiente tranquilo, sem picos de estresse. Chama-se doença de chron. Ela provoca sangramentos intestinais e, consequentemente, anemia

“Estou com uma doença autoimune, incurável e crônica, que, para o seu controle, necessita de um ambiente tranquilo, sem picos de estresse. Chama-se doença de chron. Ela provoca sangramentos intestinais e, consequentemente, anemia”, completou.

Stringueta chegou a compartilhar um atestado médico e um hemograma, mostrando um quadro anêmico.

O delegado ressaltou que seu afastamento do caso não tem relação com o ofício enviado pelo procurador-geral de Justiça, Mauro Curvo, que apontou eventual prática de crimes por conta da investigação, uma vez que ele não teria competência legal para apurar caso envolvendo juízes e promotores de Justiça.

Stringueta considerou tal documento como uma “intimidação”.

“Não estou me afastando por decisão minha, mas por recomendação médica. Não estou saindo porque recebi algum tipo de intimidação o revés nas investigações, mas por falta de condições físicas para atender bem ao que me foi atribuído”, afirmou.

“A sociedade necessita de alguém em melhores condições para trazer à tona as verdades desses fatos”, pontuou.

O ofício

No documento encaminhado ao delegado responsável pela condução de investigação de denúncia sobre um suposto esquema de escutas ilegais no âmbito da Polícia Militar, Curvo apontou eventual prática de irregularidades, como a condução de investigação sem competência para tanto.

De acordo com o ofício vazado, o chefe do MPE acusa que a atuação de Stringueta estaria afrontando determinações da Constituição Federal, Código Penal e do Regimento Interno do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT).

Curvo disse que o procedimento conduzido pelo delegado estaria investigando, além da conduta de policiais militares, a atuação de magistrados, o que seria vedado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

“Ademais, na esteira do artigo 43, inciso LVII, do Regimento Interno do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, compete ao corregedor-geral presidir inquérito destinado à apuração de infração penal praticada por juízes estaduais”, disse Curvo, que completou, ressaltando a competência do MPE em investigar eventual infração penal cometida por promotores e procuradores de Justiça.

Diante dos apontamentos, Curvo determinou que Stringueta encaminhasse à PGJ todas as investigações em curso, no prazo de 24 horas, a contar do recebimento do ofício.

Veja a publicação do delegado no Facebook:

 

 

 

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