O ministro Henrique Meirelles (Fazenda), principal fiador da política econômica, e o ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral), responsável pelo pacote de concessões e privatizações, não vão.
Na quinta-feira (24), o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil), que até então estava confirmado na viagem, também decidiu permanecer em Brasília.
O peemedebista pediu que os três fiquem no país para negociar a aprovação de medidas travadas no Congresso Nacional, como o novo Refis, programa de refinanciamento de débitos, e a TLP, nova taxa de juros do BNDES.
As duas iniciativas enfrentam resistências na própria base governista, que tem pressionado o Palácio do Planalto a recuar.
Além da questão econômica, há o temor na equipe presidencial de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresente nova denúncia contra o peemedebista durante a viagem dele, o que justifica a permanência do núcleo político para defendê-lo.
COMITIVA
Deverão viajar à China os ministros Aloysio Nunes Ferreira (Relações Exteriores), Maurício Quintella (Transportes), Blairo Maggi (Agricultura), Bezerra Filho (Minas e Energia), Dyogo Oliveira (Planejamento) e Marcos Pereira (Indústria e Comércio).
Como tem sido praxe em seu mandato, o peemedebista levará ainda uma comitiva parlamentar, que deve ser formada nesta viagem pelos deputados federais Rogério Rosso (PSD-DF), Mauro Pereira (PMDB-RS), Beto Mansur (PRB-SP) e Fábio Ramalho (PMDB-MG).
Na China, o presidente pretende vender aos empresários orientais o novo pacote de concessões, anunciado no início da semana, que envolve a Casa da Moeda, a Eletrobras e aeroportos nacionais, entre eles Congonhas.
Há a expectativa ainda de ser fechado um acordo de cooperação entre a China Nuclear e a Eletronuclear para o projeto de Angra 3.
O presidente ficará sete dias na China, onde fará visita oficial ao presidente Xi Jinping e participará do encontro do Brics (grupo composto por Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul).
Em vídeo, divulgado nesta sexta-feira (25) nas redes sociais, o peemedebista disse que, com as medidas aprovadas nesta semana, o país ficou "mais leve, lógico e eficiente".
Para ele, o novo pacote de privatizações fará com que o poder público funcione melhor para a população.
"O Estado vai receber bilhões de reais para investir naquilo que realmente importa: saúde, segurança, infraestrutura e educação", disse.