O balanço anual de queimadas feito pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostra que o ano de 2020 foi um dos mais duros para o meio ambiente. O bioma que mais sofreu foi o Pantanal, tendo mais queimadas registradas na história do monitoramento do órgão, que começou em 1998.
Apenas em 2020, o Inpe contabilizou 22.116 focos de incêndio. O número é ainda mais impressionante porque esta também é a primeira vez na história do monitoramento que o bioma registra mais de 12 mil focos de incêndio – portanto, primeira vez que ultrapassou 15 mil e até 20 mil.
Até então, o recorde de queimadas anterior foi alcançado em 2005, com 12.536 focos. Quando comparado ao período, em 2020 o aumento foi de 76.41%.
Os índices mostram que o Pantanal já teve mais focos de incêndio do que os anos de 2019 (10.025), 2018 (1.691) e 2017 (5.773) juntos, que somam 17.489.
As queimadas no Pantanal também refletiram em altos números de focos de incêndio detectados nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, únicos no país que abrigam o bioma.
Em 2020, o Mato Grosso contabilizou 47.708 focos de queimadas detectadas pelo satélite do Inpe – maior total registrado desde 2010, quando o estado teve 59.013. Já o Mato Grosso do Sul teve o pior ano de queimadas em 15 anos: o estado contabilizou 12.080 em 2020, mais queimadas registradas desde os 12.904 focos de incêndio acumulados em 2005.
O Inpe registra, até novembro, mais de 40 mil km² de devastação. Segundo o LASA (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), isso significa que 30% do bioma já foi devastado – com dados levantados até o dia 22 de novembro.
O mês de setembro foi o pior mês para o Pantanal na história do Inpe, com o acúmulo de 8.106 focos de incêndio. Anteriormente, a maior alta registrada em setembro foi em 2007: 5.498; e o pior mês no bioma até então tinha sido agosto de 2005: 5.993.