Congelamento no repasse do Governo Federal destinado a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) no valor de R$ 34 milhões acarretou em uma crise financeira interna na instituição. Em maio deste ano, o Ministério da Educação, por meio do ministro Abraham Weintraub, anunciou corte de 30% no orçamento para todas as unidades públicas do país.
Desde então, houveram demissões, cortes de bolsas estudantis e falta de energia elétrica somente no campus de Cuiabá. De outro lado, estudantes, professores e membros da classe acadêmica se mobilizaram em movimentações em prol da educação. O organizou uma retrospectiva para relembrar o ano na Universidade. Veja.
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Na ocasião em que Wintraub sinalizou sobre o congelamento de 30% no valor repassado às instituições federais, a reitora da UFMT, Myrian Serra, se manifestou por meio de nota e afirmou que a medida seria um ato frontal a qualquer oportunidade de desenvolvimento do país.
Por todo o país, foram organizados manifestações com o intuito de barrar a medida. Em Cuiabá, ao todo, foram 3 atos pela educação.
Manifestações
Ao menos 5 mil pessoas, entre estudantes e professores, participaram do primeiro ato em defesa da educação, que aconteceu no dia 15 de maio. Concentração se deu na Praça Alencastro e eles caminharam pela região central da cidade.
O segundo ato aconteceu no dia 30 do mesmo mês, desta vez na Praça da República. Com palavras de ordem, estudantes pediam pela retomada da verba com receio do sucateamento da Educação.
Sem nenhuma sinalização de mudança, terceira manifestação aconteceu no dia 13 de agosto. Em todas as datas houve a paralisação das aulas tanto nas universidades quanto nos institutos federais.
Crise
Em julho, reitora convocou coletiva de imprensa para anunciar sobre a situação financeira da universidade. Na ocasião, ela informou que a UFMT acumulava R$ 5 milhões em dívidas referentes a energia elétrica nos 5 campus espalhados pelo estado.
Motivação, segundo ela, seria pelo fato de que os gastos aumentaram com o crescimento da universidade, enquanto os gastos repassados pelo Ministério da Educação diminuíram.
Além dos gastos com energia, a universidade acumulava um déficit de R$ 14 milhões referentes a contratos com pessoal, segurança, entre outros. No mesmo mês a energia dos campus de Cuiabá e Sinop foram cortadas por falta de pagamento.
Greve
Em agosto, servidores terceirizados responsáveis pela limpeza do campus de Cuiabá paralisaram suas atividades em decorrência da falta de pagamento de salários dos meses de junho e julho, além dos vales transporte e alimentação.
Mobilização teve seu fim apenas com o pagamento do dinheiro devido, no dia 21 de agosto. Decisão foi tomada em assembleia com representantes do Sindicato dos Empregados de Empresas Terceirizadas.
Demissões e cortes de gastos
Em setembro, UFMT anunciou uma série de medidas emergenciais para se adequar aos cortes do MEC. Entre as demissões de funcionários terceirizados, houve a suspensão de ligações para celulares e números de outros estados.
Expectativa, na ocasião, era economizar R$ 3,5 milhões. Ainda de acordo com o documento disponibilizado pela reitoria, foram reduzidos porteiros e vigilantes, além da diminuição da frequência da limpenza nos campus.
Corte de bolsas
Bolsas de monitoria e tutoria ofertadas aos estudantes foram suspensas em outubro. Documento anunciando o corte foi anunciado no dia 11 daquele mês, contudo, depois de pouco mais de 1 semana a universidade anunciou a revogação da suspensão dos pagamentos.
Motivo seria que no dia 18 de outubro, Weintraub voltou atrás e anunciou o descontingenciamento total no orçamento. Na ocasião, ele alegou um remanejamento interno no orçamento da Pasta.