Nove municípios de Roraima já possuem casos suspeitos de sarampo, segundo informou nesta segunda-feira (2) a Vigilância em Saúde estadual. Ao todo, 213 casos foram notificados. Destes, 42 foram confirmados, 167 estão em investigação e quatro foram descartados.
Os casos foram registrados nos municípios de Alto Alegre, Amajarí, Boa Vista, Cantá, Caroebe, Pacaraima, Rorainópolis, São João da Baliza e Uiramutã. A maioria são em Boa Vista e Pacaraima.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, dos 42 casos confirmados, oito são em brasileiros, 16 em indígenas da etnia Warao e 18 em venezuelanos. Até agora, dois óbitos foram registrados.
Os casos notificados foram registrados em crianças de três meses a adultos de 33 anos, a maioria deles são homens. Dos confirmados, 11 tiveram internação hospitalar e 14 exames confirmam que o genótipo do vírus presente em Roraima foi importado da Venezuela.
"O sarampo é uma das doenças de mais alta contaminação que existe. Quem não tem vacina acaba contraindo a doença. A única solução e prevenção é a vacina", afirmou a coordenadora geral de Vigilância em Saúde, Daniela Souza.
Segundo Daniela, dados preliminares apontam que 40 mil doses da tríplice viral já foram aplicadas em todo o estado durante a campanha de imunização, sendo 14 mil somente em Boa Vista. Entretanto, a Sesau informa que os municípios do interior estão com dificuldade para contabilizar os dados, o que pode alterar os números.
A Secretaria de Saúde de Roraima se comprometeu a avaliar durante esta semana a necessidade de prorrogação da campanha que inicialmente segue até 10 de abril.
"Pelas informações que nós temos, 60% das doses foram aplicadas em pessoas de 10 a 49 anos. Entretanto, mais de 60% dos casos confirmados então em menores de um ano e crianças de até 10 anos. Ou seja, isso já sinaliza que a campanha está mais focada no público adulto e os casos em crianças", avaliou.
Sarampo importado da Venezuela
Exames da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) já comprovaram que o vírus do sarampo em circulação em Roraima é importado da Venezuela, segundo a Secretaria Estadual de Saúde.
Desde 2015 o estado recebe um número crescente de imigrantes venezuelanos. Muitos vêm em busca de atedimento médico, o que acaba por sobrecarregar o sistema de saúde em Roraima, que decretou situação de emergência no final de 2017.