O empresário Alan Malouf, investigado nas operações Sodoma 1 e 2 e Seven, teria sido o responsável pela transferência de R$ 2,5 milhões para as contas de campanha de 2014 em que Pedro Taques se elegeu governador de Mato Grosso. A informação foi publicada pelo colunista de O Globo, Lauro Jardim, que cita uma suposta delação premiada, a ser homologada para o ex-secretário Pedro Nadaf, como sua fonte.
Segundo ele, a suposta prática de caixa dois na campanha de Taques faz parte do acordo de repasse de informações sobre esquema entre políticos e empresários em Mato Grosso que já envolvem o ex-governador Silval Barbosa e membros do alto escalão de sua gestão, incluindo o próprio Nadaf, que foi secretário da Casa Civil. O jornalista afirma que o Tribunal Justiça deve assinar documento de aceitação da delação ainda neste mês.
“Pedro Nadaf afirmou em sua proposta de delação premiada que o empresário mato-grossense Alan Malouf foi o operador que intermediou o repasse de R$ 2,5 milhões para a campanha do tucano Pedro Taques em 2014. Malouf atuou como arrecadador para Taques em 2014, mas também tem laços com o PMDB do Estado”, diz texto publicado nesta terça-feira (22) no blog de Lauro Jardim.
No domingo (20), o colunista publicou um texto sobre a citação do nome de Taques na proposta de deleção oferecida por Pedro Nadaf sem mencionar o nome do empresário Malouf. No mesmo dia, o governo divulgou uma nota dizendo que Taques “nunca teve militância ou qualquer outra relação política” e que “eventual citação do nome do governador não passa de uma tentativa sórdida de envolvimento de um adversário político em crimes que sempre combateu, seja durante 15 anos de atuação no Ministério Público Federal, seja no exercício de seu mandato de governador”.
Ontem (21), Nadaf negou que tenha afirmado em delação a prática de caixa dois por governador Pedro Taques. Em nota, o ex-secretário disse que a informação publicada por Lauro Jardim “não é verdadeira, tendo apenas característica sensacionalista”.
Sobre a ligação dos nomes do governador com o empresário Alan Malouf, a assessoria de comunicação informou em nota que o empresário não foi “operador financeiro” na campanha de Pedro Taques, em nenhum momento do pleito, e nem assumiu qualquer função no grupo político. “Malouf atuou, juntamente com outros empresários, como colaborador somente. Rechaçamos, ainda, a ligação feita entre o empresário e o PMDB, como insinua a notícia, uma vez que Alan Malouf nunca teve ligações partidárias ou vínculo político”.
Texto atualizado às 16h05 para correção de informação