Cinco mil manifestantes se reuniram em Shaperville, uma cidade próxima a Johannesburg, na província de Gauteng, África do Sul. A polícia tentou detê-los. Resultado: 69 mortos e 180 feridos. O caso foi midiático. Pela primeira vez, o mundo prestou atenção à questão da Apartheid. O dia 21 de março ficou na história como dia internacional contra a descriminação racial, desde o ano que sucedeu o Massacre de Shaperville até os dias de hoje.
Por essa altura, Nelson Mandela já estava bem empenhado na luta não violenta anti-apardheid. Tornou-se comandante do braço armado do ANC (o Umkhonto we Sizwe) em 1961, que ele próprio e outros colegas fundaram. Preparava-se uma alegada guerrilha e sabotavam-se os alvos militares. Em 1962, Mandela acabou preso. A sua história de luta pela igualdade social e de oposição à Apartheid tornou-se de tal modo conhecido, que o movimento ‘Libertem Nelson Mandela “se tornou bandeira de todas as campanhas e grupos anti-apartheid ao redor do mundo.
Mandela foi libertado em 1990, um ano depois de ter recebido o premio Internacional Al-Gaddafi de Direitos Humanos. Em 1993, já líder do ANC, devido à sua ação em prol da libertação da raça, foi distinguido com o Premio Nobel da Paz, junto com Frederik de Klerk.
Também inesquecível nesta luta é Martin Luther King, pelo seu ativismo político nos Estados Unidos, procurando direito ao voto e igualdade entre as raças. Se Mandela e Luther King se tornaram ícones, foi porque mudaram mentalidades. Hoje, arriscamo-nos a enumerar um rol de personalidades que, de uma forma ou de outra, têm se destacado na defesa das minorias étnicas. Muitos deles com projeção na área da indústria cultural, como é o caso de Bono Vox.
Por Mary Juruna