Cidades

Classe artística escolherá representantes para Conselho de Cultura

A classe artística de Cuiabá irá se reunir na próxima quarta-feira (15), no Museu de Arte e Cultura Popular (MACP), da Universidade Federal de Mato Grosso, às 18h30, para dialogar sobre a reunião que aconteceu com o governo estadual e escolher representantes para compor o Conselho Estadual de Cultura.

Em janeiro, os artistas, produtores e agentes culturais se reuniram com o governador Pedro Taques e o secretário de Estado de Cultura, Leandro Carvalho. por três horas para fazer reinvindicações quanto à pasta. Em pauta, estava à eleição para o Conselho, o regimento interno, que segundo eles estava ultrapassada e não correspondia à atualidade, cobrança de transparência nos editais, como aconteceu na chamada pública dos projetos audiovisuais.

A artista plástica Maria Irigaray, foi uma das representantes que participou a frente da reunião. Segundo ela, houve boa vontade dos gestores que dialogaram pacientemente com os artistas.  “É importante deixar claro que ninguém estava tentando derrubar secretaria ou secretário. Não tivemos intuito nenhum de ir contrário ao que o estado está fazendo. Nosso interesse não foi em momento algum isso, a gente entende os avanços e visualizamos várias coisas que estão sendo feitas”, pontuou.

O Conselho está desativado desde 2014, quando foi deflagrada a operação da Polícia Civil Alexandria, por conta da suspeita de desvio de recursos do Programa de Apoio à Cultura. Cabe ao Conselho Estadual de Cultura acompanhar a implementação do Plano Estadual de Cultura, além de deliberar sobre programas de apoio e fomento à cultura, fiscalizar a aplicação dos recursos e funcionamento do Sistema Estadual de Cultura.

Para Irigaray, muito do Conselho não estar atuante e as questões não estarem redondas é devido à falta de participação da classe, organização e união. “A gente tem que caminhar para essa organização. A situação é complexa e vai de um esforço conjunto. Se a secretaria esta se predispondo a isso, o governo, outros órgãos e estruturas, a gente tem que aproveitar e chamar, para juntos fazermos ações conjuntas”.

O Conselho é formado por 14 membros, desses, sete são indicados pelo governo, três pela classe artista (escolhidos pelo Fórum). “Antigamente era assim, agora estava-se criando um regimento eleitoral que a própria Secretaria crie um mecanismo de eleição. Nessa escolha não tem nenhum representante da classe artística. Essa foi inicialmente a única razão para pedirmos a anulação”, explicou Irigaray.

O pedido de suspensão do regimento aconteceu, após pessoas afirmarem que não havia tido uma portaria sobre isso. “Em um rompante de juntar assinaturas e fazer alguma coisa representativa, nós fizemos uma carta e enviamos sem checar que havia uma portaria sobre isso. Nos equivocamos, pois tínhamos pressa, ansiedade e então queimamos o filme. Mas por outro lado conseguimos chegar perto ao governador”.

O produtor cultural e artista plástico Vicente Paulo, explicou que o fórum é um movimento criado pela classe artística, que teve inicio na década de 80, que juntou produtores, artistas, para reivindicar algo em prol da classe. “Por diversos anos, nós nos reunimos e reivindicamos, protestamos, dialogamos, em uma época que não tínhamos uma Secretaria, um conselho, leis de incentivo, fundo de incentivo, organização dos segmentos, nada disso. Então o Fórum é o momento em que todos nós nos reunimos e cobramos”, explicou Vicente Paulo.

Segundo o produtor, o Fórum tem a legitimidade para indicar os conselheiros através das reuniões. “Nós escolhemos para termos representatividade para dialogar com o poder público. Agora está acontecendo um movimento, porque apertou então todos os artistas, produtores, gestores estão se reunindo para dizer que não está legal e que é preciso se movimentar para mudar isso”. 

Outro lado

O Circuito Mato Grosso entrou em contato com a assessoria de imprensa do secretário de Cultura, mas até o fechamento desta matéria não houve resposta. 
 

Catia Alves

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