Plantão Policial

Civil investiga golpe de R$ 17 milhões aplicado em VG

A Polícia Judiciária Civil investiga um golpe milionário aplicado no comércio de Várzea Grande, envolvendo uma loja de materiais de construção. Nesta sexta-feira (10.10), a Delegacia Especializada de Roubos e Furtos cumpriu mandados de busca e apreensão, na loja do grupo "Amigão" e em 3 depósitos da empresa, ambos em Várzea Grande.

Pelo menos 11 empresas, já identificadas, todas de Várzea Grande, sofreram o golpe denominado "Arara", que até o momento está estimado em R$ 17 milhões.  As vítimas são, principalmente, empresas do ramo de eletrodomésticos, que pelos contratos de compra e venda receberam como forma de pagamento cheques com insuficiência de saldo ou com divergências na assinatura, além de duplicatas e boletos, cujos pagamentos deixaram de ser honrado pelo comprador.

O argumento para compra de tamanha quantidade de produtos se valia de uma suposta licitação que a empresa disse ter vencido da Assembleia Legislativa e como não tinha estoque para atender passou a comprar de outras empresas. No entanto, a Polícia Civil confirmou que não existe nenhuma licitação do grupo com a Assembleia.

A investigação iniciou nesta semana com o cumprimento de ordem de serviço, na loja do Grupo Amigão, que registrou boletim de ocorrência, no dia 4 de setembro, informando o furto de um lote de televisores, que estavam no depósito da loja. Na ocasião, o gestor da empresa disse que havia vencido uma licitação da Assembleia Legislativa e precisa entregar os produtos.

A vítima informou que bandidos teriam quebrado a parede e entrando no galpão onde estavam guardados os produto.Em diligências pelo depósito, os policiais verificaram que o buraco já estava tampado com marcas evidentes na parede. "Os investigadores suspeitaram do local onde o buraco foi aberto porque dava acesso a uma avenida muito movimentada e pela dificuldade de acesso naquele espaço e ainda porque a empresa tem vigilante armado", disse o delegado Francisco Kunze.

Durante a averiguação, os policiais perceberam uma coluna coberta com lona preta e ao descobrir encontraram vários televisões com as mesmas características registradas no boletim, indicando uma  falsa comunicação de crime.

A partir da desconfiança da falsa comunicação e da inexistência de processo licitatório da empresa junto a Assembleia Legislativa, a Delegacia de Roubos e Furtos passou a investigar o suposto estelionato. "O registro do furto pretendia esconder as mercadorias e justificar o não pagamento às vítimas do golpe", explicou o delegado Francisco Kunze.

Entre os produtos comprados e apreendidos nesta sexta-feira (10) estão centenas de  colchões, fogões, máquinas de lavar roupa, aparelhos de ar condicionado, peças de computadores e  pneus, que lotaram oito caminhões levados para Delegacia e vigiados por policiais da Gerência de Operações Especiais (GOE), que também ajudaram no cumprimento das ordens judiciais.

Recuperação Judicial

Durante as investigações, o advogado da vítima, que passou a ser suspeito, apresentou um processo protocolado no dia 24 de setembro na Vara Especializada de Falência e Recuperação Judicial, em Cuiabá, de recuperação judicial em valor superior a R$ 17 milhões. No dia 29 de setembro a Justiça já teria concedido tal recuperação. O processo apresentava centenas de fornecedores.

Segundo o delegado Kunze, alguns dias antes de protocolar o processo, o suspeito adquiriu 3 veículos BMW. "O que reforça a intenção de lesar esses fornecedores, conforme já havia sido verificado e configurado o crime de estelionato", finalizou.

Da Assessoria 

Redação

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