O ex-coordenador do setorial jurídico do PT e coordenador do grupo Prerrogativas, Marco Aurélio de Carvalho, afirmou em mensagem enviada à reportagem que Ciro Gomes (PDT) é um dos grandes aliados do bolsonarismo no país. E que se comporta como um coronel da velha política ao proferir ataques ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a seus aliados.
A declaração de Marco Aurélio se dá em resposta à fala do pedetista que, em entrevista ao humorista Rafinha Bastos, disse não ser obrigado "a votar em bandido". Ciro se referia ao pleito de 2018, quando ele optou por viajar a Paris, na França, enquanto o segundo turno das eleições era disputado entre Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT).
"Não vem com barulho. Não vale 'foi pra Paris', não. Eu fui para Paris e vou cem vezes todas as vezes que me obrigarem a votar em bandido. Eu não sou obrigado, eu sou um cidadão que escolho o meu candidato pela melhor proposta que ele representa", disse .
A crítica foi feita depois de Ciro descrever o que seria "o esquerdismo à lá PT" ao falar sobre os endividados do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil), política para o ensino superior criada durante os governos petistas.
À reportagem, Marco Aurélio de Carvalho diz que a esquerda não pode continuar tratando Ciro com generosidade. "Ele escolheu um campo para se alinhar, e infelizmente não é o campo progressista e muito menos o campo democrático", afirma.
"Admiráveis, entretanto, as posturas do presidente Lula e do próprio Haddad. Mesmo diante de agressões tão baixas e injustas, permanecem dialogando com afeto e estão de braços abertos conectados com o sentimento do povo e com o compromisso de construir uma frente verdadeiramente ampla para lutar pela democracia", segue. Para o advogado, a postura de Ciro é "constrangedora" para um partido como o PDT.
Lula tem sido alvo frequente do pedetista em declarações e vídeos divulgados nas redes sociais. Em maio, Ciro chamou o ex-presidente de "maior corruptor da história moderna brasileira". Na semana passada, disse à rádio Tupi que tem obrigação de dar outra opção aos brasileiros que não seja escolher entre "coisa ruim e coisa pior".