Jurídico

Cinta Larga acusado de assassinar família irá a julgamento

Foto: Reprodução

Por MPF

O indígena Ricardo Vieira Cinta Larga, também conhecido como “Poeira”, irá a júri popular na próxima segunda-feira, dia 3 de abril, sob acusação de ter assassinado cinco pessoas de uma mesma família de trabalhadores rurais em Juína, em fevereiro de 1991. Ricardo foi denunciado juntamente com o também indígena Aristino Siqueira Churapi, que já faleceu. O julgamento terá início às 9h no auditório da sede da Justiça Federal em Mato Grosso, e será presidido pelo juiz federal Paulo Cézar Alves Sodré.

De acordo com a denúncia feita a época pelo Ministério Público Estadual de Mato Grosso, um grupo de índios Cinta Larga teria invadido a Fazenda Damiani localizada no loteamento Duas Barras, no município de Juína. Os corpos de quatro vítimas foram encontrados no caminho da casa onde a família residia. Uma quinta vítima, menor de idade, não teve o encontrado, mas supõe-se que também tenha sido morta, pois até hoje nunca apareceu.

O crime não teve testemunha ocular, sendo que os corpos foram encontrados já em estado de decomposição e decapitados ou desmembrados, não se sabe se antes ou depois da morte. Ricardo Vieira Cinta Larga e Aristinho Siqueira Chupari teriam liderado o grupo.

Como o caso se trata de conflito gerado pela disputa de áreas de reserva indígena, Ministério Público Federal requereu ao juiz da 3ª Vara da Seção Judiciária de Mato Grosso que reconhecesse ser dele a competência para julgar o feito e não da Justiça Estadual. Como tanto a Justiça federal como a estadual afirmaram que seriam competentes para o julgamento, o juiz federal suscitou o conflito de competência no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O STJ declarou, então, a competência da Justiça Federal para julgar o caso.

Como testemunhas, o MPF/MT arrolou como testemunhas Branca Maria Jesus de Carvalho, funcionária da Cemat que conversou com Aristino por rádio, após o crime; Wilmar Damiani proprietário da fazenda onde as vítimas trabalhavam e foi quem achou os corpos; e Amaral Cinta Larga, que conta que Aristino afirmara ter cometido o crime. As testemunhas já foram ouvidas por precatória, e não devem ser reinterrogadas em plenário.

As vítimas foram Laor Campos de Oliveira, Leonora Campos de Oliveira, Vanderleia Campos de Oliveira, Delmiro Campos de Oliveira e Carlos Antônio Leandro, a época menor de idade, e que teve o corpo desaparecido.

O MPF/MT será representado no júri pelo procurador da República Marcellus Barbosa Lima.

Redação

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